terça-feira, 5 de outubro de 2010

O PREÇO DO PRECONCEITO

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Passado algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, sendo rapidamente retirado pelos outros, que o encheram de pancada. Depois de algumas porradas, o novo membro do grupo já não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foram substituídos.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles por que batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...
Lembrei-me desta história, quando dei por mim a pensar, depois de apanhar com o 3º PEC, porque raio os portugueses continuam a não ver mais, para além do PS/PSD, PSD/PS, que se têm alternado na governação deste País, e quando batem no fundo continuam a escavar, tornando cada dia mais difícil a vida de quem trabalha.
As coisas sempre foram assim por aqui, mas, pergunto eu, se tivessem sido de outra forma não estaríamos todos melhor?
E de quem depende que as coisas sejam assim, ou de outra forma?
Daqui a uns meses, vamos ter eleições para a Presidência da República.
Contra um dos candidatos anunciados (Francisco Lopes) já se levantam as vozes de alguns (sopradas ao ouvido por outros que andam aí, porque nunca daqui saíram) a dizer onde é que já se viu um electricista como Presidente da República.
Não vou lembrar o que um operário metalúrgico (Lula da Silva) fez na Presidência da República do Brasil, já que muito se tem falado do assunto nos últimos dias.
Hoje, quero apenas dizer que sempre foi assim, mas pode ser diferente. Afinal, o Povo é quem mais ordena. E é o Povo quem vota, quem elege e destitui.
Einstein dizia: “É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”.
Eu, que acho que as coisas difíceis têm mais sabor, vou-me bater para ter um electricista, aquele electricista, em Belém. De certeza que seria diferente, para melhor. Sempre foi assim e chegámos ao que chegámos. Portanto há que mudar, sem preconceitos. Não tem que continuar a ser assim.

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