sexta-feira, 1 de outubro de 2010

AGROALPIARÇA - COMO SAIR DA DIFÍCIL SITUAÇÃO EM QUE SE ENCONTRA

 
   A Agroalpiarça é uma cooperativa de interesse público, sendo a Câmara Municipal o seu maior cooperante, que detém mais de 90 por cento do capital social.
   Actualmente a cooperativa atravessa uma situação económica difícil, sendo a sua recuperação quase impossível. Só um milagre a poderá salvar das dívidas á banca, a quem tem hipotecadas as suas duas últimas propriedades.
   Mas convém dizer que nem sempre foi assim. Quando em 1997 o Partido Socialista ganha as eleições autárquicas em Alpiarça, a divida da cooperativa, era de 150 mil euros, mas na adega havia vinho de valor superior a esta divida. A situação, não sendo a ideal, estava perfeitamente controlada e longe do que viria a acontecer a seguir. As más políticas da autarquia em relação á Agroalpiarça, que se praticaram nos anos seguintes, sobretudo em 2001 e 2002, levaram a cooperativa a uma situação de falência. Com quadros técnicos a auferirem vencimentos bem acima da média e das possibilidades da cooperativa, e com duas colheitas de vinho praticamente destruídas, para além de outras políticas desastrosas que se seguiram, a continuação da Agroalpiarça ficou seriamente comprometida, e comprometidos ficaram também os postos de trabalho que a cooperativa criou e que chegaram a ser de algumas dezenas de cooperadores. O passivo da Agroalpiarça atingiu em 2004 mais de 1,500 milhões de euros, valor esse só atenuado pela alienação de património, que deixou a cooperativa reduzida apenas a duas propriedades e cujo valor é largamente insuficiente para colmatar as dívidas á banca, para além das dívidas a terceiros e á própria Câmara Municipal.
   Sabe-se que a cooperativa, que ainda hoje tem um passivo de cerca de 900 mil euros, está a tentar negociar com a banca a possibilidade de reestruturar o empréstimo, de forma a viabilizar a sua actividade. Situação que não se avizinha fácil, uma vez que no mandato anterior ( PS), foi assumido um compromisso que não foi cumprido. Mais um erro da anterior maioria, que comprometeu seriamente o futuro da Agroalpiarça, e porque não dizê-lo, que poderá ter comprometido definitivamente o futuro da Agroalpiarça.
   Perante esta situação a questão é esta: que fazer? Sejamos claros, se a banca estiver disposta a renegociar a divida, ainda poderá haver uma luz ao fundo do túnel, ainda que muito ténue. Se isso não acontecer, então a Agroalpiarça estará definitivamente condenada.
   Os próximos meses serão, por isso, decisivos para o futuro da cooperativa. O facto de se estar agora a iniciar a laboração de uma nova campanha vinícola, afigura-se como uma porta aberta, quiçá uma última oportunidade para dar a volta á situação existente. Se se concretizar a renegociação da divida á banca e procurar através da valorização do vinho, única produção da Agroalpiarça actualmente, então será possível acontecer o tal milagre. Vontade por parte dos actuais directores não falta, que já tomaram algumas medidas para ultrapassar a difícil situação que herdaram. Se essas medidas são suficientes, só o futuro o dirá.

"Russo"

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