segunda-feira, 31 de maio de 2010

Feira do Vinho

Como não consigo colocar este comentário noutro local (deve ser devido a um qualquer problema informático que não consigo resolver...), aqui deixo a minha modesta opinião:
Diz-se aí num outro blog que os comunistas acabam com tudo o que foi criado pelos OUTROS...
A verdade é que quem criou a Feira do Vinho foram...os comunistas!
Diz o Mirante (e outros amplificam...) que a CM acabou com a Feira do Vinho.
Digo eu, que estive na última Assembleia Municipal e não sou surdo, que a Feira do Vinho não acabou. Irá voltar noutros moldes e com menos custos, o que é ligeiramente diferente, não acham?
Eu sei que uma coisa não substitui a outra, mas...caramba! Vai haver festival do Melão!

Sócrates, até quando ?

Por: Miguel Urbano Rodrigues

Pertenço a uma geração que se tornou adulta durante a II Guerra Mundial. Acompanhei com espanto e angústia a evolução lenta da tragédia que durante quase seis anos desabou sobre a humanidade.


Desde a capitulação de Munique, ainda adolescente, tive dificuldade em entender porque não travavam a França e a Inglaterra o III Reich alemão. Pressentia que a corrida para o abismo não era uma inevitabilidade. Podia ser detida.

Em Maio de 1945, quando o último tiro foi disparado e a bandeira soviética içada sobre as ruínas do Reichstag, em Berlim, formulei como milhões de jovens em todo o mundo a pergunta “Como foi possível?”.

Hitler suicidara-se uma semana antes. Naqueles dias sentíamos o peso de um absurdo para o qual ninguém tinha resposta. Como pudera um povo de velha cultura, o alemão, que tanto contribuíra para o progresso da humanidade, permitir passivamente que um aventureiro aloucado exercesse durante 13 anos um poder absoluto? A razão não encontrava explicação para esse absurdo que precipitou a humanidade numa guerra apocalíptica (50 milhões de mortos) que destruiu a Alemanha e cobriu de escombros a Europa.

Muitos leitores ficarão chocados a por evocar, a propósito da crise portuguesa, o que se passou na Alemanha a partir dos anos 30.

Quero esclarecer que não me passa sequer pela cabeça estabelecer paralelos entre o Reich hitleriano e o Portugal agredido por Sócrates. Qualquer analogia seria absurda.

São outros o contexto histórico, os cenários, a dimensão das personagens e os efeitos.

Mas hoje também em Portugal se justifica a pergunta “Como foi possível?”.

Sim. Que estranho conjunto de circunstâncias conduziu o País ao desastre que o atinge? Como explicar que o povo que foi sujeito da Revolução de Abril tenha hoje como primeiro-ministro, transcorridos 35 anos, uma criatura como José Sócrates? Como podem os portugueses suportar passivamente há mais de cinco anos a humilhação de uma política autocrática, semeada de escândalos, que ofende a razão e arruína e ridiculariza o Pais perante o Mundo?

O descalabro ético socrático justifica outra pergunta: como pode um partido que se chama Socialista (embora seja neoliberal) ter desde o início apoiado maciçamente com servilismo, por vezes com entusiasmo, e continuar a apoiar, o desgoverno e despautérios do seu líder, o cidadão primeiro-ministro?

Portugal caiu num pântano e não há resposta satisfatória para a permanência no poder do homem que insiste em apresentar um panorama triunfalista da política reaccionária responsável pela transformação acelerada do País numa sociedade parasita, super endividada, que consome muito mais do que produz.

Pode muita gente concluir que exagero ao atribuir tanta responsabilidade pelo desastre a um indivíduo. Isso porque Sócrates é, afinal, um instrumento do grande capital que o colocou à frente do Executivo e do imperialismo que o tem apoiado. Mas não creio neste caso empolar o factor subjectivo.

Não conheço precedente na nossa História para a cadeia de escândalos maiúsculos em que surge envolvido o actual primeiro-ministro.

Ela é tão alarmante que os primeiros, desde o mistério do seu diploma de engenheiro, obtido numa universidade fantasmática (já encerrada), aparecem já como coisa banal quando comparados com os mais recentes.

O último é nestes dias tema de manchetes na Comunicação Social e já dele se fala além fronteiras.

É afinal um escândalo velho, que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o procurador-geral da República tentaram abafar, mas que retomou actualidade quando um semanário divulgou excertos de escutas do caso Face Oculta.

Alguns despachos do procurador de Aveiro e do juiz de instrução criminal do Tribunal da mesma comarca com transcrições de conversas telefónicas valem por uma demolidora peça acusatória reveladora da vocação liberticida do governo de Sócrates para amordaçar a Comunicação Social.

Desta vez o primeiro-ministro ficou exposto sem defesa. As vozes de gente sua articulando projectos de controlo de uma emissora de televisão e de afastamento de jornalistas incómodos estão gravadas. Não há desmentidos que possam apagar a conspiração.

Um mar de lama escorre dessas conversas, envolvendo o primeiro-ministro. A agressiva tentativa de defesa deste afunda-o mais no pântano. Impossibilitado de negar os factos, qualifica de «infame» a divulgação daquilo a que chama «conversas privadas».

Basta recordar que todas as gravações dos diálogos telefónicos de Sócrates com o banqueiro Vara, seu ex-ministro, foram destruídas por decisão (lamentável) do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, para se ter a certeza de que seriam muitíssimo mais comprometedoras para ele do que as «conversas privadas» que tanto o indignam agora, divulgadas aliás dias depois de, num restaurante, ter defendido, em amena «conversa» com dois ministros seus, a necessidade de silenciar o jornalista Mário Crespo da SIC Notícias.

Não é apenas por serem indesmentíveis os factos que este escândalo difere dos anteriores que colocaram José Sócrates no banco dos réus do tribunal da opinião pública. Desta vez a hipótese da sua demissão é levantada em editoriais de diários que o apoiaram nos primeiros anos e personalidades políticas de múltiplos quadrantes afirmam sem rodeios que não tem mais condições para exercer o cargo.

O cidadão José Sócrates tem mentido repetidamente ao País, com desfaçatez e arrogância, exibindo não apenas a sua incompetência e mediocridade, mas, o que é mais grave, uma debilidade de carácter incompatível com a chefia do Executivo.

Repito: como pode tal criatura permanecer como primeiro-ministro?

Até quando, Sócrates, teremos de te suportar?

ALPIARÇA - Voluntários limpam área junto da aldeia avieira do Patacão

Decorreu uma operação de limpeza de uma área junto da aldeia Avieira do Patacão, em Alpiarça, antigo lugar de veraneio. Os gostos das pessoas modificaram-se entretanto. Se antigamente se escolhia as praias do Tejo para passar umas férias, a partir da década de quarenta do século passado, começou a escolher-se as praias do mar. Se o Patacão era a praia fluvial mais frequentada, ela foi aos poucos sendo substituída pela Nazaré, de tal forma que até há pouco tempo muito poucos frequentavam o Patacão.

Não só os gostos evoluíram, como também as condições que o Tejo passou a oferecer se alteraram, devido à poluição e ao assoreamento. As antigas águas transparentes desapareceram e o rio deixou de ter o caudal de outrora, sendo agora uma sombra do que fora. Ainda no Verão de 2009 o Tejo registou um dos mais baixos caudais da história. Por fim, passar férias no Tejo passou a ser visto como um sinal de pobreza. Quem ia ao Tejo eram os que não tinham poder de compra para ir para a praia. E, sinal dos tempos, ir para a Nazaré passou mesmo a ser visto como um sinal de fraco poder de compra. Passar férias no Algarve passou a ser encarado como uma obrigação de mostrar uma confortável posição material na vida. Por estas e outras razões, a frequência à praia fluvial do Patacão caiu de tal forma que praticamente deixou de existir. As margens do Tejo naquele local foram desprezadas, dando lugar ao aparecimento de mato cerrado. Muitos salgueiros e freixos morreram. A aldeia dos pescadores foi abandonada. O que é um valioso património histórico, natural e arquitectónico passou a ser um local desprezado. Algo no entanto começou a mudar. Hoje, cada vez mais pessoas encaram a aldeia dos Avieiros como um sítio que faz parte da sua própria identidade. A praia fluvial e a maracha do Tejo são encaradas como locais a preservar e a visitar, porque são muito atractivos. Por isso, começava a justificar-se uma acção de protecção e de valorização daquele património que é tão nosso. Foi o que aconteceu no passado dia 22 de Maio. Um conjunto de instituições decidiu agir. A AIDIA, o Fórum Ribatejo, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Alpiarça, mobilizaram esforços e agiram em conjunto. As duas primeiras instituições conseguiram mobilizar 28 pessoas, que ali trabalharam gratuitamente durante um dia. A Câmara e a Junta de Freguesia de Alpiarça disponibilizaram dois camiões, uma retroescavadora, duas carrinhas de caixa aberta e diverso equipamento de limpeza e a Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Santarém uma furgoneta, para além de outro material e equipamento disponibilizados por particulares. Com estas condições, retiraram-se debaixo dos salgueiros treze camiões de troncos secos, ervas altas, silvas e lixo, assim como dezena e meia de sacas com lixo de difícil degradação (plásticos para agricultura, embalagens plásticas, latas e garrafas de vidro), deixando-se limpa toda a área pretendida. Foi atingido o objectivo que todos se propuseram cumprir. Na pausa do trabalho e como estava no programa, ofereceu-se uma caldeirada aos participantes, que teve lugar debaixo dos salgueiros, na área previamente limpa. Para confirmar a justeza da acção, verificou-se que no dia seguinte, domingo dia 23 de Maio, estavam no Patacão 23 carros estacionados e 80 pessoas descansavam com as suas famílias entre os salgueiros ou na praia fluvial.

Fonte: http://www.radiohertz.pt

sábado, 29 de maio de 2010

A maior manifestação das últimas décadas

Mais de 300 mil pessoas ocuparam o centro de Lisboa contra a política de desastre nacional do PS e PSD. Com as avenidas Fontes Pereira de Melo, António Augusto Aguiar cheias, assim como a praça Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade até aos Restauradores, uma massa imensa de indignação, protesto e luta, respondeu ao apelo da CGTP-IN.

Foi a maior manifestação das últimas décadas, uma clara demonstração da força, unidade e determinação da classe operária e de todos os trabalhadores, que contou com a solidariedade e empenho do PCP.

Esta impressionante jornada de luta, reforçou a convicção de que é possível d errotar a política de desastre nacional, de abdicação dos interesses do país, de agravamento da exploração que o PS, o PSD e CDS querem impor aos trabalhadores e ao Povo.
  
Perante a escalada de medidas contra os trabalhadores, o Povo e o país decididas nos últimos meses, esta foi a resposta do Povo português, às pretensões dos grupos económicos e financeiros, do PS, do PSD e do CDS, uma clara exigência de ruptura com a política de direita, de mudança na vida nacional.

 Uma jornada que ficará inscrita na história da luta do Povo português, uma afirmação patriótica e de classe, um sinal de confiança e esperança que se projectará no futuro.

A luta continua!


Crónicas do Neto do Campino Anibal - 300.000 em Luta

Meu avô era campino e vivia em Alpiarça. Era um homem simples, que gostava do seu vizinho e não tinha inimigos. Dizem que era um homem humilde criado nos campos da Lezíria, pastando o gado bravo que era enviado regularmente para as praças de toiros de todo o país.

Numa das histórias que ele me contou quando era miúdo, referiu uma que me cativou como nenhuma outra. O dia em que 300.000 portugueses se manifestaram contra um governo que se dizia socialista e que ao abrigo de um suposto plano de austeridade quiseram retirar muitos dos direitos que os cidadãos tinham conquistado ao longo de décadas de luta, congelando salários, aumentando impostos, mentindo descaradamente à população dia após dia, enquanto que esses governantes ao mesmo tempo se envolviam em escândalos financeiros e de abuso de poder como nunca visto em quase quatro décadas de democracia.

Nesse dia, a voz de um povo gritou incessantemente pelas avenidas de Lisboa. Mas nesse dia, nada aconteceu. Acabou o dia sem que o Governo voltasse atrás nas suas intenções.

Mas nesse mesmo dia também se fez história. Foi o dia em que centenas de milhares de portugueses, que tinham votado em muitos partidos, inclusive o próprio PS, se juntaram por uma causa. De permitir que os seus filhos e netos pudessem ter uma vida digna, que fossem respeitados, e que pudessem ver os seus sonhos concretizados.

Depois desse dia, outras manifestações aconteceram, os 300.000 cresceram e depois de muita luta, o Povo foi ouvido.

Esse dia foi apenas o início…

Ao meu avô e a todos os avôs, o meu obrigado.



Alpiarça, Abril de 2050

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Atendimento 28 Maio - Eleitos da CDU na Assembleia Municipal

Alpiarça no Granma (Cuba)

MONTEVIDEO, 21 de marzo.— El diario La República denuncia hoy aquí en un artículo la campaña orquestada contra Cuba y amplificada por los medios de comunicación.

El texto dice que se inflan las velas de la provocación y la difamación contra la Isla, que vienen desde el inicio mismo de su Revolución socialista, subraya.

Cuba asegura una correcta atención a la salud de todos sus ciudadanos, independientemente de cualquier factor, e incluso ofrece ayuda solidaria a otros países en esa materia, como está más que demostrado, destaca el rotativo.

En tanto, desde Portugal se conoció de un debate público dedicado a Cuba, en la localidad de Alpiarca, con la presencia entre otros de Octavio Augusto, miembro de la Comisión Política del Comité Central del Partido Comunista Portugués; el presidente de la Asamblea Municipal, Mario Santiago y el vicepresidente del Gobierno, Carlos Jorge Pereira.

En el foro se condenó fuertemente la feroz campaña anticubana que se ha desatado sobre todo en Europa, siguiendo la política hostil que hacia la mayor de las Antillas mantienen EE.UU. y sus mercenarios dentro y fuera de Cuba.

Asimismo, la Declaración Final del V Encuentro de las organizaciones de solidaridad con Cuba en Asia y Oceanía, en Vientiane, Laos, condenó la creciente tergiversación de la realidad cubana mediante campañas mediáticas, que desmienten el supuesto cambio en la agresiva política anticubana de Washington, señala PL.

Los firmantes también deploraron la campaña lanzada por la Unión Europea a partir de una reciente resolución de su Parlamento, que evidencia el alineamiento del Viejo Continente con Estados Unidos. (SE)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Alpiarça em Festa


Promovida pela Comissão Concelhia de Alpiarça do PCP, realiza-se no dia 5 de Junho, Sábado, a partir das 12 horas uma Festa Popular no Parque do Carril.
Haverá sardinhada, febras, sopa da pedra e outros petiscos.
Animação a cargo do Grupo de tocadores de concertina do Couço.
Espectáculo de musica popular portuguesa com Samuel.
A partir da 17 horas, comício com a participação de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP.
No local estará patente uma exposição evocativa dos 60 anos do assassinato de Alfredo Lima.

Eça de Queiroz - 1867 (quase 150 anos depois)

"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas.
Porém, são nulos a resolver crises.

Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos.

Política de acaso, política de compadrio, política de expediente.

País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"

Eça de Queirós, 1867, in "O Distrito de Évora"

SE ME OBRIGAM, EU VOU PARA A  RUA GRITAR

                   É JÁ TEMPO
                   DE QUEM NOS EXPLORA
                   EMBALAR A TROUXA
                   E ZARPAR


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Crónicas do Campino Aníbal - Pontos de Vista

Ontem fui visitar o meu ex-patrão. Como sabem, fui campino de profissão, mas tive de deixar de trabalhar por um acidente de trabalho com uma vaca com o cio (ver crónicas anteriores).

Como a Pensão de Invalidez é uma miséria, e meu antigo patrão até é boa pessoa (coitado, teve ele lá culpa de só descontar o meu salário para a Caixa pelo ordenado mínimo), vai-me arranjando uns biscates aqui e acolá e como ontem era dia de banho dos cavalos, fui ajudar o moço de estrebaria a lavar os sovacos dos “Sorraias”.

Além de ficar a saber que os “Sorraias” têm pêlos nas axilas em maior quantidade que os “Puro-Sangue Lusitano” que até faziam depilação no Verão, fiquei ainda a saber umas regateirices da politica alpiarçoila pela boca do João, o tal rapaz de estrebaria.

Diz-se que o pessoal do PS e do Alpiarça é a Razão, ainda não atinaram na estratégia política para comprometer os camaradas comunistas. É que já não bastavam os desatinos na própria Câmara Municipal onde a Regina e o Garrotes já perceberam que não têm veia política para conduzir o barco que foi deixado à deriva pela Sónia que fugiu para o Governo Civil (há quem diga que o barco afundou logo desde que substituíram a Vanda pela Sónia como cabeça-de-lista).

Agora até na Junta de Freguesia se ouve o antigo Presidente, o Paizinho, a elogiar o trabalho daquela miúda que ninguém conhecia, na própria Assembleia de Freguesia. Ao que isto chegou. Já não têm espírito de políticos profissionais em que agora até se elogia o trabalho do adversário. A tradição já não é o que era.

Onde parece que as coisas continuam a ferver é na Assembleia Municipal, onde cada bancada tem uma visão completamente oposta das coisas. Ora se uns dizem que a Dívida é excessiva, os outros dizem que a Dívida nem é para pagar porque vai prescrever. Se uns dizem que o Mário Fernando usa barba, os outros dizem que é um desmazelado e nem se barbeia. Se uns dizem que o Carlos Jorge está magro com tanta preocupação, outros dizem que o rapaz tem tão boa vida que até tem tempo para ir ao ginásio e manter a boa forma.

Mas pontos de vista completamente diferentes, são aqueles que agora os comunistas e os socialistas têm das obras de embelezamento do Parque do Carril.

Aproveitando uma queixa da deputada da Assembleia Municipal, D. Graciete, que na última sessão se queixava do mau estado do Parque do Carril, vai daí e o Executivo da CDU iniciou uma série de intervenções no dito local. Desde a limpeza do Parque, até à construção de um muro e uma rampa para deficientes. Ou seja, não se contentaram em limpar o Parque tal como a D. Graciete tinha sugerido. Não, foram mais além e toca de levar tijolo e cimento para lá. E pensaram: «só queremos ver agora depois das intervenções que vamos fazer, do que esta tonta se vem queixar mais…»

E como ingénuos que são, e novos (e se são novos, não pensam), mal eles sabiam que ainda iriam ser criticados por fazer as obras no Carril.

É que os comunistas ficaram tão contentes com as obras que pensaram logo. «Eh pá, isto vai ficar tão bonito que até vamos convidar o camarada Jerónimo a vir cá».

E assim foi: Como havia uma Festa do PCP para fazer em Junho, aproveitam o espaço estar embelezado e além da Sardinhada, ainda trazem cá o Jerónimo. Ena pá… O Jerónimo e Sardinhas no mesmo espaço. É como se fosse um orgasmo múltiplo…

Ora, os socialistas não estão com meias medidas. Agora dizem que a intervenção só está a acontecer porque o camarada Jerónimo vem cá e se assim não fosse o Carril ficaria ao abandono como nos tempos do PS.

Como podemos ver, para uma determinada coisa, existem sempre diferentes pontos de vista. Para uns é Obra, para outros é Oportunismo.

Se fosse eu a mandar na Câmara, faria o seguinte: Em vez do Festival de Folclore ser realizado na Casa do Povo, seria no Parque do Carril e só depois vinha o camarada Jerónimo. Depois queria ver a D. Graciete e o seu séquito irem mandar bocas…




Aníbal

Freguesia de Casal Cambique, 19 de Maio de 2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Crónicas do Campino Aníbal - A Birra do Sr. Advogado


Desde o início deste ano que passei a ser um assíduo espectador das sessões da Assembleia Municipal.

Vi-me obrigado a rescindir unilateralmente o contrato que me ligava à TV Cabo, consequência do congelamento de salários e aumento de impostos do governo PS, e não tenho grandes alternativas para me divertir a não ser o dia da Sueca nos Águias e os debates políticos no Auditório da Câmara Municipal, onde de tempos a tempos poderemos assistir a recriações dos grandes Julgamentos da história, onde o actor principal, o Sr. Dr. Ramalho, impressiona a Assistência com fortíssimos argumentos nas suas alegações de defesa dos Réus (antigo Executivo PS na Câmara).

Na última sessão de Abril, posso-vos dizer, que nem a série ‘Boston Legal’ teria um argumento tão bom:

O Dr. Ramalho, no meio de tanta prova acerca da ruinosa gestão do PS na Câmara Municipal, e em que inclusive sofreu a vergonha de ouvir da boca do Presidente da Assembleia a posição que a Autarquia ocupava no Ranking das piores Autarquias de Portugal segundo um estudo efectuado a nível nacional pelo Tribunal de Contas, tentou uma jogada repentina, inesperada e genial.

Apresenta uma proposta para que o Ministério Público investigue algumas afirmações efectuadas na Assembleia e também na comunicação social.

Esta jogada de mestre, e caso fosse aprovada, permitiria matar três coelhos de uma cajadada só:

- Absorver o actual Executivo (CDU) num rol processual infinito, tal como todos os processos do conhecimento público que se arrastam anos a fio sem um fim conclusivo. Sabendo as dificuldades que o actual Executivo tem encontrado, mais um problema burocrático, era mesmo o que vinha a calhar…

- Envolver a própria bancada da CDU e PSD numa acusação contra desconhecidos ou ausentes (a proposta não especifica nomes, e tanto a Vandinha como o Rosinha já não estão na Autarquia). Seria assim o actual Executivo a responder pelas acções do anterior. É motivo para perguntar ao Dr. Ramalho porque não fizeram essa mesma proposta nos tempos do PS na Câmara…

- E a cereja em cima do bolo. Se no fim, e caso o desfecho fosse conhecido ainda neste século, ninguém do Executivo anterior fosse declarado culpado, ainda poderiam solicitar indemnização a quem aprovou a proposta de investigação.

Era genial, não era? Pois… era!

O que este promissor advogado não esperava, é que os trabalhos fossem entretanto interrompidos e aproveitando esse intervalo, os eleitos da CDU percebessem que afinal tudo não passava de uma ratoeira. Ao serem retomados os trabalhos, a proposta não passou e toda a estratégia genialmente delineada na véspera pela bancada do PS caiu que nem um baralho de cartas.

Quando o Dr. Ramalho percebeu o fracasso da estratégia, tal menino mimado e mal comportado, desata a choramingar, apontando o dedo aos meninos maus da ‘foice e martelo’ que tiveram medo da proposta e votaram contra.

Mais uma vez, e ao fim de tantas sessões, ainda não conseguiu ganhar uma batalha contra aquele bando de miúdos desgadelhados, armados em comunas revolucionários, e que nem sequer têm o curso de Direito.

E está o PS entregue a esta gente. Agora se percebe como as coisas não lhes têm corrido nada bem…


Aníbal

Freguesia de Casal Cambique, 18 de Maio de 2010



segunda-feira, 17 de maio de 2010

FARPIR homenageou Álvaro Brasileiro

No passado Sábado, 15 de Maio, a FARPIR, Federação das Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos do Ribatejo, organizou uma homenagem a Álvaro Brasileiro, com uma romagem à sua campa.
Na ocasião, usaram da palavra um representante do MURPI, Octávio Augusto, em representação do PCP, Mário Fernando Pereira, em representação da Câmara municipal de Alpiarça e Aurélio Santos, em representação da URAP.

URAP - Nucleo de Santa Iria - Visitou Alpiarça

Um grupo de mais de 30 activistas do núcleo da URAP (União dos Resistentes Anti-Fascistas) de Santa Iria da Azóia, concelho de Loures, deslocou-se a Alpiarça para participar na homenagem a Álvaro Brasileiro.
Após a homenagem visitaram a Casa-Museu dos Patudos e a Agro-Alpiarça.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

RESPOSTA DA TIA ALZIRA

Querido Sobrinho,

Recebi a tua carta de que gostei muito. Estimo em saber que estão todos bem - tu esqueceste-te de dizer, mas eu vou sabendo pela vizinha Antonieta que desde que aprendeu a mandar emeiles na Universidade Sénior, me vai dando novidades da terra pala eternet.

Não te amofines a ir ós correios, não por causa das manifestações, mas porque se eles descobrem que aquilo dá lucro e tem freguesia ainda privatizam mais depressa e depois quando precisares mesmo de ir aos correios tens que ir a Santarém, que em Alpiarça é para fechar.

Estou muito preocupada com a nova moda que parece que se está a instalar por aí de não pagar até que prescreva. A vizinha Antonieta diz que é uma história do Ramalho, mas parece-me que isso é mais uma das dela, que é um bocado para o atrevidota e às vezes resvala para o ordinarote. Mesmo assim, vê lá bem o que é isso, que se a moda pega e a vizinha Marcolina deixa de pagar a renda do casal, lá se vão as férias na Nazaré.

Não percebi a história dos vietnamitas e do cavalo do Sorraia. Então o campo de golfe e os hotéis de luxo que estavam a fazer em Alpiarça era dos vietnamitas? E são porcos porquê, fizeram alguma das deles? E o cavalo do Sorraia, não lhe fizeram uma estátua? Ele portou-se mal e mandaram a estátua para ao pé da outra do camponês, foi?

Se fores prá Angola talvez nos encontremos lá, que por aqui já se diz que o Sarkozi quer sair do euro, e eu só estou a ver um sítio com condições pra ele e prá sua Carla, que pode muito bem ser Angola. Já me estou a ver como concierge da machamba. E pelo que me diz a vizinha Antonieta, muitos dos aldrabões e caloteiros têm ido para Angola. Se calhar as coisas lá prescrevem mais depressa.

Gostei de te ver na fotografia. Pela barriga até pareces um administrador de uma empresa pública, daqueles que ganham prémios de milhões e depois dizem que a vida está má e é preciso fazer sacrifícios. Estou mesmo a imaginar-te a entrar no BMW da empresa, meu rico sobrinho.

Recomendações da tua,
Tia Alzira

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Crónicas do Campino Aníbal – Carta à Tia Alzira de França

Querida Tia,

Lamento mais uma vez ser um sobrinho tão desnaturado, mas desde que a CDU publicou o resultado da Auditoria à Câmara Municipal, nunca mais consegui ir aos Correios, porque sempre que saio à rua, tenho uma manifestação de empresários da construção civil de megafone em punho a chamarem caloteira a uma senhora que mora aqui por cima da  Conservatória. Felizmente, costumam ir almoçar cedo ao Manel Gaibéu e dão-nos algum descanso aos ouvidos. Mas quando voltam do almoço, ainda vêm mais furiosos porque há um senhor do Casalinho que todos os dias passa por eles e faz-lhes umas caretas enquanto que grita «Querem dinheiro ? Pois vão ao Totta!!!».

Vejo agora que ser campino era muito mais sossegado e não fosse a marrada que a Cornélia me deu quando a levei ao toiro cobridor pela quarta vez naquela 2ª feira, e que me deixou inválido, não hesitaria em enfiar novamente o barrete.

Mas barrete mesmo, foi aquele que a malta da CDU levou quando ganhou as eleições. Quando chegaram à Câmara e perceberam que nem dinheiro tinham para alimentar os porcos vietnamitas da Reserva do Cavalo do Sorraia, ainda ponderaram em transformá-los em farinha para dar de comer aos cavalinhos.

Ah, é verdade. Ia-me esquecendo. Tenho um novo desemprego (agora chama-se assim). O Sócrates arranjou-me um POC (programa ocupacional de emprego) na Conservatória do Registo Predial de Alpiarça. Embora goste muito de aqui estar, sei  que vai ser durante pouco tempo. Mas se Deus quiser, vou em Setembro para Angola. Pois é, Tia. Agora somos nós que emigramos para África e não o contrário. Veja bem ao que isto chegou...

E assim me despeço, querida Tia. Envio também uma fotografia de mim no churrasco do "Dia da Espiga". Acho que quando for para a Nazaré em Agosto, já estarei mais elegante. Até porque com o Plano de Estabilidade e Crescimento e o aumento de impostos que vamos sofrer cá em Portugal, não vai dar sequer para a bucha, quanto mais para as bezanas.

Anibal

Freguesia de Casal Cambique, 13 de Maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Economics Research Institute of Alpiarça

Economics Research Institute of Alpiarça
Relatório do 4º Trimestre 2009

Todos sabemos que Comunismo e Gestão, são terminologias que não se combinam muito bem, até porque ninguém é capaz de dizer o nome de um Economista ou de um Homem de Negócios, que tenha simultaneamente figurado na capa da revista Time e seja militante no PC local.

Por isso mesmo, quando queremos falar de boas práticas de gestão associadas ao comunismo, seja aconselhável pegarmos na cana de pesca e irmos repescar umas carpas para a Barragem dos Patudos acompanhados do Tio Florindo, que por acaso até é surdo, além de sofrer de uma demência intermitente, desde que perdeu todas as suas economias quando decidiu investir em produtos de retorno garantido no BPP, porque o meu primo, que é licenciado pela Universidade Católica e gestor de conta desse Banco, teve de cumprir os objectivos anuais que a Administração lhe impôs e por isso mesmo, andou a enfiar involuntariamente o barrete a quase toda a família.

Se pelo contrário, pensarmos em organizar um seminário sob o tema «Os comunistas são bons gestores», é bom irmos preparados para defrontar uma sala que só não está vazia, porque a prima Felismina, acompanha-me sempre nos dias em que o Tony Carreira tem espectáculos agendados porque assim é sempre uma boa desculpa para poder sair de casa à noite sem ter que explicar que afinal é uma fã histérica do maior cantor romântico português, e que até tem uma tatuagem do nome do artista na nádega (pelo menos, é o que ela diz. A minha irmã já viu a tatuagem e confessou-me que aquilo parece mais António do que Tony, o que não deixa de ser preocupante, uma vez que o meu primo chama-se Orlando).

Depois de uma tarde sem pescar nada, porque os gritos que eu tinha de dar ao surdo do Tio Florindo para ele perceber porque é que eu achava que os comunistas até poderiam ser bons gestores, espantaram todas as carpas para os lados do Parque de Campismo, cheguei à conclusão que afinal ele não tinha percebido nada e se lhe tivesse mostrado o último relatório da Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) sobre o prazo médio de pagamentos das Autarquias aos fornecedores, que ele teria percebido o óbvio, porque até nem é cego. E o relatório diz qualquer coisa como isto:


Face ao que acima está representado, e a não ser que a DGAL seja aldrabona, o 1º trimestre de gestão CDU, é logo saldado pela redução do prazo médio de pagamentos a fornecedores para metade.

Enquanto no final de Setembro/2009, a Autarquia demorava 207 dias em média para pagar as suas dívidas (3 meses antes chegou a demorar 248 dias), eis que no último trimestre reduz o prazo médio de pagamentos para 108 dias.

No entanto, e contrariamente ao que eu julgava, não consegui convencer o meu Tio Florindo. Ele, como camarada do Advogado Ramalho e da Professora Graciete, que fazem parte da bancada do PS na Assembleia Municipal de Alpiarça, disse-me logo que esta era a prova que os comunistas não sabem gerir as Autarquias. Que segundo a opinião desses 2 ilustres eleitos na Assembleia Municipal, que a boa gestão não pode ser associada ao pagamento de dívidas e que os compromissos não são para honrar porque até podem prescrever…



Aníbal (Campino de profissão, Consultor de Finanças Públicas ao fim-de-semana)

Freguesia de Casal Cambique, concelho de Alpiarça, 10 de Maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Crónicas do campino Aníbal - I

Olá vizinhas e vizinhanços,

No dia 30 de Abril, fui assistir à sessão da Assembleia Municipal de Alpiarça.

Nunca pensei que trocar o canal "Caça e Pesca" da TV Cabo por um debate de políticos enfadonhos, se viesse afinal revelar como um inesperado e enriquecedor banho de cultura e doutrina económica.

E para isso, contribuíram obviamente as lições da Sra. Profª Graciete assim como as intervenções sempre inteligentes do Advogado Ramalho, que são deputados nessa Assembleia pelo partido do Sócrates, aquele que tem nome de grego sem o ser, mas que parece que também deixou o nosso País como a Grécia.

Nessa Assembleia, fiquei a saber, por exemplo, que quem tem dividas, não tem afinal motivos para estar preocupado. Até porque pagar as dívidas é uma opção de cada um e não uma obrigação.

Agora finalmente percebo porque o meu vizinho da frente, que deve dinheiro à minha Tia Ricardina e a mais não sei quantos vizinhos, anda tão descontraído e até tem um carro alemão topo de gama com caixa automática, enquanto que a minha Tia continua a conduzir o velhinho Opel Corsa de 2 lugares e não deixa que o meu Tio tenha umas ceroulas novas, porque «isto está mau e é preciso poupar». Só não percebo porque a minha Tia, sendo já uma pessoa com o dobro da minha idade, não soube escolher fregueses que pagassem e em vez de fazer um fato à medida para o meu vizinho caloteiro, não optou por fazer um vestido para a Prima Irene que vai se casar daqui a 2 semanas e até é de boas contas. Que tia mais palerma, a minha…

E agora que tanto se fala na possibilidade de Portugal entrar na Bancarrota, que na prática, nada mais é do que a incapacidade do País honrar os seus compromissos e pagar as suas dívidas, dizem que é uma catástrofe. Estes Economistas são mesmo palermas. Então não sabem que Portugal só paga se quiser?

Façam como diz a Profª Graciete e o Dr. Ramalho. Não paguem as dívidas e tudo se resolve. Afinal Portugal não precisa do crédito para nada, até porque produz tudo aquilo que necessita. E mesmo que não produza, qual o problema ? Eu até tenho saudades do Portugal de há 50 anos atrás. De ver as carroças puxadas por mulas e do cheiro a estrume pelas ruas da nossa Alpiarça.

Só por ter aprendido estas coisas, vou-me filiar no PS. É que disseram-me, baixinho, que quem for do PS, e for caloteiro, está sempre safo porque mais tarde ou mais cedo, as dívidas também prescrevem. Mas isso são outras conversas e ficam para uma próxima oportunidade.



Aníbal

Freguesia de Casal Cambique, concelho de Alpiarça, 7 de Maio de 2010