A CULPA É DOS CHINESES!!!

 Segundo o ilustre paladino da bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Alpiarça, doutor Fernando Ramalho a culpa da crise que aperta o coração ao “engenheiro” Sócrates, e o pescoço a quem trabalha, é, nem mais nem menos, que dos chineses, que ás ordens do seu tenebroso partido comunista (t’arrenego Satanás, abrenúncio te esconjuro), trabalham 16 horas por dia, a ganhar 25 tostões, e vem para cá vender bugigangas que a malta toda vai comprar.

Só por esta brilhante e fina análise político/económico/social, valeu a pena ir assistir à sessão de ontem da Assembleia Municipal. E mais ainda, como verdadeiro artista, o doutor Fernando Ramalho, conseguiu verbalizar tão profunda análise sem se rir, nem, sequer, esboçar o mais pequeno sorriso.

De facto, e postas as coisas nestes termos, certamente após muito estudo e reflexão do doutor, o que poderia fazer o “engenheiro” Sócrates, mais o seu dedicado ministro das finanças, contra tantos milhões de chineses, comuniiiiiiiistas (vade retro Satanás) a trabalhar 16 horas por dia por 25 tostões?

Qual alta finança agiota????? Os chineses senhores, os chineses!!!

Qual imperialismo internacional????? Os chineses, senhores, os chineses!!!!

Qual submissão do governo do “engenheiro” Sócrates aos interesses dos ricos e poderosos??? Os chineses, senhores, os chineses!!!!

Não fosse ser fim do mês, tão eloquente desariscanço teria levado metade da Assembleia a fazer barricadas à porta da loja dos ditos (chineses) e outra metade a despejar os porta moedas (com umas moeditas pretas) à porta do “engenheiro” Sócrates, para o aliviar da crise com que ele nos alivia os bolsos.

Já agora, não se arranja nada melhorzito para a bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Alpiarça?

É que, antes desta intervenção do doutor, que me partiu o coração, o estômago e o coco a rir, tivemos (quem teve o (des)privilégio de assistir), direito a mais meia dúzia de pérolas:

No início dos trabalhos, duas horas a encher chouriços. Ah porque eu estou de acordo com a acta mas quero que na acta a seguir conste que eu disse que na acta anterior, não sei o quê de não sei que mais. Ah porque há 3 cães vadios no Jardim Municipal. Ah porque eu gosto da sua moção, mas falta-lhe talvez, um pouco de noz moscada. Ah porque nós na bancada do PS somos um grupo, mas cada um fala por si, e na individualidade do colectivo está a essência da razão de ser da unidade do colectivo versos o colectivo da unidade, ou talvez o contrário, quem sabe (ninguém, nem mesmo o doutor) ao contrário de certas e determinadas pessoas (eles andam aí…). Ah porque a mesa tem que convocar os faltosos da nossa bancada porque nós não os encontramos e depois ficamos com o grupo (e a respectiva unidade plural) desfalcada.

À meia-noite e meia a bancada fica reduzida a um terço, porque duas senhoras estão cansadas e vão fazer óó (prescindirão de metade do valor da senha de presença?).

Depois, já bem entrados pela noite dentro toca (os resistentes) a votar de enfiada.

E na sua pluralidade única, toca a votar favoravelmente as alterações às Grandes Opções do Plano e Orçamento, o IMI, o IRS, a Derrama, etc., etc., etc.. Na reunião de Câmara os vereadores do PS, sobre as mesmas questões, abstêm-se. Na Assembleia Municipal, o que restou da bancada do PS votou a favor, e as duas senhoras, àquela hora, estavam a contar chineses para ver se adormeciam, sem terem participado num único ponto da ordem de trabalhos.

Ai, Ai!