segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Histórias de vida (final)


(Por Américo Abalada) 

Intimidação e Tortura

 Ao fim de dezoito dias do meu pai estar preso é que autorizaram a visita, eu com a minha mãe tentamos meia dúzia de vezes visita-lo, não o conseguimos.
A visita foi na prisão do Aljube Lisboa, chegamos a visita com o meu pai separado dele mais de um metro e entre nós duas paredes com vidro e rede, deu-me grande tristeza mas conseguimos reagir, de seguida olhei para as mãos do meu pai que ele despercebidamente mostrou-nos estavam inchadas e esfoladas, perguntei o que têm nas mãos pai, e ele respondeu foi da porrada que levei. O PIDE que estava entre nós a fiscalizar a visita, disse para o meu pai faz favor de me acompanhar que a visita está terminada, e assim aconteceu. No primeiro minuto acabou a visita.
Sai para fora com a minha mãe tão nervoso que quando me vi livre do guarda, chorei, chorei até aliviar um pouco que estava de rastos, a minha mãe nem se falava. Porque a nossa acção era resistir e não chorar ao pé daquela cambada, porque chorar ou mostrar tristeza, não podia ser ao pé daquela gente, não se matou nem se tratou mal ninguém só se lutou por causas justas, direito a dignidade humana, pelo nosso trabalho, pão e liberdade, lutar abertamente contra todas as injustiças.
Nós na rua em frente ao edifício prisão Aljube, ouvimos do quinto andar a voz do meu pai gritar, vão a sede da PIDE António Maria Cardoso, eles tem de nos dar a visita e gritava repetidamente para nós ouvirmos.
Uma senhora passou por nós e perguntou-nos, o que se estava a passar e nós contamos e a senhora disse vão lá sim que eles tem que vos deixar ver o vosso familiar, a minha mãe disse que não sabia onde era a sede da PIDE, a senhora aprontou-se a ir connosco, e foi.
Chegamos a sede da PIDE a senhora foi lá dentro connosco, explicou o que tínhamos a fazer, deu-nos coragem e não sair dali sem garantias da visita, e que se ia embora e deu-nos força, e antes de sair soubemos que era esposa de um preso político, e disse-nos em qualquer circunstância temos de lutar pelos nossos direitos, se não lutar-mos ninguém nos dá nada.
Assim fizemos,  ficamos a espera da resposta, passado algum tempo, mandaram-nos esperar mais um bocado, e lá veio a informação, para nós voltarmos no dia seguinte, pelas 10 da manhã que iam tentar resolver o assunto. Fomos embora a pensar que não resolviam nada.
No dia seguinte nós fomos e atenderam-nos, mandaram esperar um pouco e dai por algum tempo, mandaram-nos subir para o terceiro ou quinto andar, se não estou enganado, qual é o nosso espanto entramos numa gabinete e estava o meu pai com um PIDE á nossa espera para a visita em comum, que isso nunca existia a visita era sempre á distância e com vidro e rede a separar-nos, aconteceu o inexplicável.
“neste relato da minha história de vida ainda vão ler, o pormenor de uma tortura, de Manuel Mendes Colhe”
Aproximadamente a um ano de prisão é julgado no tribunal da boa hora (penso que foi em má hora, mas chamam-lhe boa hora), o processo envolve diversas pessoas, o julgamento dura diversos dias, eu e a minha mãe fica em casa de um camarada na Cova da Piedade, no período do julgamento eu fico no corredor do tribunal, era menor e não podia assistir, no último dia é lida a sentença, o meu pai é condenado a dois anos e meio e medidas de segurança. (O que eram medidas de segurança, o preso podia ser sempre condenado a período igual no fim de cumprir dois anos e meio, o regime fascista levava o preso a tribunal só para dizer que havia estado de direito, mas eles só o soltavam quando queriam. Existiu diversos presos que isso aconteceu, era conforme a responsabilidade que eles imaginavam que cada um tinha na organização do Partido Comunista Português, uns chegaram a estar presos 21 anos, como aconteceu ao Francisco Miguel. O Severiano Falcão esteve preso 14 anos.  
Até ao julgamento o meu pai esteve preso no forte de Caxias depois foi transferido para o forte de Peniche, onde teve o resto do tempo, excepto um pequeno período que esteve no hospital prisão de Caxias.
Eu e minha mãe íamos visitá-lo de mês a mês, não havia condições para mais a vida era muito pobre na altura e foi como os meus pais estabeleceram. As visitas eram só de familiares directos, esposa filhos pais e irmãos, ou com pedido especial a direcção da cadeia por vezes autorizava, a visita de outros parentes, nos últimos tempos do meu pai estar preso eu já tinha mais idade cheguei a ir algumas vezes sozinho.

18 - Mãe e filho presos em Salvaterra

Uma das prisões do meu pai não sei precisar qual, a GNR chegou a casa para prender o meu pai ele não estava, já tinha saído andava a trabalhar fora da terra. Perguntaram a minha mãe se sabia onde andava a trabalhar, ela respondeu que não, sabia que tinha saído mas não sabia a localidade.
Entretanto revistam a casa sem mandato, sem nada faziam o que queriam, a GNR foi acompanhada da PIDE e esta é que fez a revista a casa, a minha mãe levantou-me a mando deles, e disseram-lhes que ela tinha que os acompanhar se não tinha onde me deixar, a minha mãe respondeu que não e eu ia para onde ela fosse.
Saímos de casa a PIDE mandou-nos entrar para um carro preto grande que a PIDE tinha, não sei a marca que na altura não conhecia nada de carros, e seguiram connosco não sei para onde a minha mãe ia num estado lastimoso e eu criança sentia que a sua postura nem força tinha para, me dar carinho e aconchego, não devíamos saber para onde íamos e como íamos o raciocínio devia de ir praticamente parado, foi uma das piores sensações que me lembro ter tido, tive muitas que hoje até nem me lembro mas esta foi forte.
Íamos numa estrada passando por homens de bicicleta que deviam ir para o trabalho como o meu pai, e a PIDE perguntava a minha mãe se reconhecia o meu pai, será algum destes, e por diversas vezes, a mesma pergunta, a minha mãe respondia que não conhecia ninguém. Depois minha mãe disse-me não conheci ninguém porque ainda era de noite escura era madrugada, mas mesmo que conhecesse não lhes dizia.
A PIDE alguns km à frente descarrega-nos num posto da GNR e perguntam á minha mãe se temos dinheiro, o que ela respondeu que não, e abalam, ficamos fechados dentro de uma casa presos eu com minha mãe, sem saber-mos onde estávamos, mais tarde um guarda passa pela sala e minha mãe, pergunta onde estávamos o guarda responde, no posto da GNR em Salvaterra de Magos, e não sabia mais nada.
O tempo foi-se passando e a minha mãe diz-me eles diziam que não sabiam onde o teu pai estava foram prende-lo, ele anda a trabalhar aqui em Salvaterra para o Ribeiro Minhoto, andavam a esgraminhar, ou seja a arrancar uma erva daninha que se chama grama os agricultores conhecem bem, se não for arrancada todas as raízes ramifica-se rápido de novo.
Mais tarde começou-me a dar fome, e eu comecei a pedir comer, minha mãe chamou o guarda e disse, então temos presos e não nos dão comer, quero comer para o miúdo, que eu nem fome tenho, o guarda responde que não tem comer, e saiu, mais tarde aparece com um bocado de pão cheio de bolor, dizendo que tinha aquele bocado de pão dentro do armário e era o que podia fazer, que não sabia de nada. A minha mãe pede uma faca, limpa o bolor do pão, e eu comi mesmo a cheirar a bolor e duro como o ferro, com uma pinga de água foi um manjar o dia inteiro que foi obra.
Ao pé da noite vêm um guarda dizer, que a PIDE deixou dinheiro para a carreira de Salvaterra de Magos a Alpiarça, e ordem para nos soltarem perto da hora da carreira que era pelas 18 horas, assim aconteceu saímos, cá fora perguntamos onde se apanhava a carreira, e lá viemos para Alpiarça, saímos de casa de manhã cedo de madrugada, para voltar de noite, com um dia por inteiro sem liberdade e tratados de forma desumana.
Todo o dia e sem saber se o meu pai tinha sido preso se não, em Alpiarça ninguém sabia de nós, nem a família, nem os vizinhos nem as pessoas que andavam a trabalhar com a minha mãe, criam dar a informação que tinha chegado de Salvaterra que a PIDE tinha lá ido buscar o meu pai debaixo de prisão.

19 - Preso em Salvaterra

Mais tarde o meu pai conta-nos, o episódio da prisão. Que andava com os camaradas a trabalhar dentro da vinha e é informado pelo capataz, que a PIDE está no quartel onde eles ficavam de noite quando não iam a casa, e mandaram-no chamar, e diz o António se quiseres fugir por aqui foge, eu meu pai diz que pendura a cabeça e chora, e diz os homens também choram, dai por pouco, diz ao capataz não eu vou ter com eles. Volta-se para os camaradas, e diz olhem rapazes está ali a PIDE vou preso outra vez, lotem pelos vossos interesses e sejam firmes que eu vou tentar fazer o mesmo. Segundo contou o capataz o rancho pouco falou o resto do dia. Que sorte desta vida que não se pode lutar pelos seus direitos.
O meu pai lá foi ao encontro da PIDE e lá foi de novo preso.
Lá foi no tal carro preto grande, mal sabia que nos tinha trazido para o posto de Salvaterra também presos, nós tivemos mais sorte que foi só por horas. A PIDE dentro do carro pergunta o que ele andava a fazer, meu pai respondeu a esgraminhar, o PIDE disse é o que nos andamos a fazer. Resposta os senhores não sabem esgraminhar deixam muitas pontas é como a grama ainda rebenta com mais força. Quando chegou a Santarém foi castigado com surrado pela resposta.
Quando faziam prisões levavam o preso para Santarém, só depois iam numa carrinha própria para o Aljube ou logo directos para a sede da PIDE, para serem amassados e torturas do sono entre outras diversas.

20 - O interrogatório da PIDE na prisão de Manuel Mendes Colhe

(Relato de Manuel Mendes Colhe)

O que se passou a seguir foi de grande sofrimento físico e psicológico para mim. Estive vários dias seguidos em interrogatórios, sujeito a grandes vexames e torturas. Fiquei com a noção de que tinha estado 11 dias seguidos a ser interrogado, depois, analisando bem outras situações que se passaram, acho que devem ter sido apenas 10 e não 11, os dias em que tive na sala com um agente da PIDE, para me fazerem perguntas e não me deixarem dormir. À porta talvez com medo que eu fugisse, estavam mais dois. E foi assim, comigo sempre em pé, na tortura do sono, que tentaram tirar-me todo o tipo de informações. Foram momentos difíceis, de contar. Tinha alucinações, via os objectos que me rodeavam, deformados, por exemplo os simples nós nos tacos de madeira do soalho parecíamos grandes bichos, as paredes da sala parece que se fechavam e desabavam sobre mim, ouvia sons completamente disparatados para o momento, qualquer som produzido, por menor que fosse, parecia que me entrava pela cabeça dentro, como se fosse um barulho enorme, depois comecei a delirar e nem sei se sofria naquele momento, tal a insensibilidade que se apoderou de mim. No meio destas alucinações cheguei a atirar-me a um PIDE com uma fúria descomunal e a puxar-lhe a gravata, mas imediatamente saltaram todos em cima de mim, lançaram-me ao chão, pisaram-me o pescoço e espancaram-me até quase não dar acordo. Quantas vezes os olhos quase se fechavam, ou fechavam-se mesmo, cansados que estavam por não dormir e era logo empurrado para não me deixarem descansar minimamente.
Parece impossível como é que uma pessoa consegue aguentar aquele suplício, o corpo e cérebro já não reagem com normalidade, um torpor esquisito apodera-se de nós, chega-se a desejar a morte ali mesmo, como forma de libertação deste autêntico massacre, físico e psicológico, a que somos sujeitos. A morte, sim a morte, era o melhor que nos podia suceder em muitos daqueles momentos em que somos tratados abaixo do que alguém hoje possa imaginar, em que a dignidade humana desce abaixo de zero. Alguém que não estivesse informado quem era a PIDE não poderia acreditar como é que seres humanos tratavam assim outros seres humanos. Só quem sofreu na pele esta situação pode avaliar aquilo que estou a dizer.
Depois mandaram-me descansar três dias, em que estive sempre a dormir, pois estava todo “escavacado”, claro que isso não era nenhuma benesse daqueles carrascos, mas uma forma de permitir que o corpo e a mente aguentassem mais interrogatórios. Seguiram-se mais uns seis ou sete dias dentro do mesmo estilo, muitas torturas pancada por tudo e por nada, atiravam-me a parede, davam-me bofetadas e sobretudo faziam-me perguntas e mais perguntas, sobre a actividade do Partido, sobre a organização e sobre as pessoas com quem tinha contacto. No fim deste tempo todo de interrogatório enviaram-me para a prisão de Caxias e meteram-me na incomunicabilidade e durante um mês e tal não tive qualquer contacto com os outros presos, nem tinha visitas. Voltei depois ainda diversas vezes à rua António Maria Cardoso para novos interrogatórios, mas agora por períodos mais curtos.
Fui julgado no Tribunal da boa hora em Lisboa, ou nos fins de 1965 ou princípio de 1966.
A acusação era de ter actividades subversivas e de pertencer ao Partido Comunista Português, que era uma associação politica ilegal.
Fui julgado com outros presos, todos relacionados com a greve dos mármores de Pêro Pinheiro e todos membros do Partido, embora eu fosse o mais responsável. Apanhei 3 anos e medidas de segurança deu a volta dum total de 6 anos de prisão.
Sou julgado novamente no tribunal de Sintra passados alguns meses, mas unicamente por ser portador de documentos de identificação falsos, no entanto a advogada advertiu-me logo, que não iria ser como na boa hora em que os juízes eram autênticos PIDE, que estavam ali par nos condenar e não tinham a mínima consideração. Efectivamente em Sintra os Juízes tinham um comportamento normal de pessoas civilizadas que falavam com respeito e educação. Apanhei dois meses por causa da identificação falsa mas fazendo cúmulo jurídico, com a pena da boa hora, ficou mais um mês

21 - Uma história minha de 1979

“Vou aqui fazer um aparte que parece-me ficar aqui bem enquadrado, em 1979 na campanha para as Autarquias, vou fazer uma sessão de esclarecimento, como se chamava na altura agora o nome parece a estar desenquadrado, à Freguesia de Chãos no Concelho de Ferreira do Zêzere, chego a sala que era numa escola primária, acompanhado com um camarada meu da sede do concelho, para se compreender melhor a Câmara tem cinco vereadores os cinco eram PSD, os comunistas não tinham influencia nenhuma no Concelho nem na freguesia, quero dizer que a plateia era hostil ao acto, existiam ai umas 40 pessoas na sala, 20 das quais com paus na mão tipo cajado, o meu camarada diz-me isto vai correr mal e eu respondi vai tudo correr bem, não te preocupes, eu na altura tinha 26 anos, hoje parece muito jovem, mas na altura essa idade representava muita experiência forjada na dureza da vida, eu tinha 14 anos de trabalho e uma vida passada no duro.
A sessão não chega a começar do nosso lado, inicia com insultos do lado da assistência, começam a ofender e a chamar nomes provocatórios, que nós éramos os culpados de eles terem ficado sem nada, eram então retornados das ex-colónias.
Tentou-se por um pouco ordem a mesa, cada qual falar de sua vez e que expusessem tudo o que os preocupava, com a ajuda dum senhor que era filho da terra era bancário em Tomar e era filiado do PSD, viemos a saber depois os senhores retornados que nos provocavam eram do CDS.
Lá começamos a conversar mais civilizadamente, primeiros os senhores expuseram os problemas que os preocupavam, que foi ter vindo das ex-colónias e terem lá deixado o seu suor de anos de trabalho, (e de exploração certamente), e os principais culpados da situação eram os militares que tinham feito a revolução do 25 de Abril de 1974 e os malandros dos comunistas, e a discussão não saia dali e reflectia-se num ódio aos comunistas terrível. Chegava a situações intencionais de confronto físico, depois lá se acalmava a situação.
Chegou uma altura que lá consegui começar a falar, quase que tive de impor a minha voz para começar a ser ouvido.
Comecei por lhes dizer que eu estava solidário com eles e que tinham razão, e repete diversas vezes para me ouvirem, que tinham razão. No fim de estar do lado deles e lhes dar razão, comecei a explicar porque era comunista, e as torturas que o regime fascista tinha feito ao povo português e concretamente ao povo de Alpiarça que era a história concreta e vivida que eu lhes podia transmitir, e dizer-lhes por isso sou comunista, passados cinco minutos de estar a falar havia silencio na sala contei-lhes a história da minha vida pessoal, quando estava quase no fim havia homens que diziam o homem está a falar verdade como o diz, e com a convicção que o transmite o homem fala verdade e tem a sua razão.
Os senhores tinham razão mas o 25 de Abril era necessário não podíamos viver em ditadura e repressão constante tivemos de dar liberdade ao povo, e um povo não é livre quando oprime outros povos, como os das ex-colónias Portuguesas, a revolução de Abril só ajustou a sociedade e implantou a democracia e deu novas e melhores condições ao povo, mas as revoluções trazem desencontros, que foi o caso dos senhores que regressaram e deixaram lá o esforço do seu trabalho, perderam alguns para o bem de todos, foi injusto para estes que o regime empurrou-os para lá deu-lhes esperança de uma vida melhor e isso saiu furado mas o sistema fascista é que tem a culpa não a liberdade e a democracia.
Os senhores queriam acabar a sessão de esclarecimento numa adega deles próprios a comer e beber e a conviver connosco, isso só não aconteceu porque, ia-mos para outra sessão noutra Freguesia do Concelho e estávamos atrasados. Tudo acabou em bem porque todos compreenderam as razões de cada um”.

22 - O capitalismo coveiro de si próprio

Na derrocada do campo socialista dos Países de Leste nos finais do século XX, desmembraram partidos nestes Países e nos Países capitalistas, porque se iludiram que a sociedade capitalista era o fim da história, porque diziam os capitalistas que o comunismo morreu, como morreu uma coisa que ainda não nasceu. O que morreu foi o sistema socialista no leste. Não o socialismo, porque ele existe em diversos Países como ensaios justos, de uma melhor distribuição da riqueza de cada País para todo o povo, e isso existiu no ensaio nos Países de leste durante mais de setenta anos na URSS, e mais de quarenta anos nos restantes Países que aderiram ao sistema.
Hoje de novo no capitalismo em quinze anos os povos dessas Pátrias estão em situações de estrema miséria, alguns com guerras que destruíram milhares de vidas e destruição das estruturas que o povo tinha construído, guerras implementadas pelo sistema capitalista para desfrutar de diversos interesses, sem condições sociais para a esmagadora maioria e as riquezas fabulosas dos Países nas mãos de meia dúzia deles que roubaram a todo o povo.
A destruição do sistema socialista de leste, não prejudicou só o seu povo, prejudicou e muito os povos de todos os Países e principalmente os da Europa, as regalias sociais existentes na Europa, tinha a ver com a vitória da URSS na segunda guerra mundial e a libertação dos povos e a sua escolha o socialismo, estes tiveram a liberdade e muitas regalias sociais impensáveis, se o Hitler tivesse ganho a guerra, representava a escravatura e morte. Os povos progressistas dos países da Europa, lutaram e conseguiram as regalias sociais que existiam a uma década a traz, porque a seguir a guerra mundial o capitalismo na Europa ficou debilitado, não tinha força para impedir as reivindicações dos trabalhadores e dos povos. O capitalismo tinha que competir com as regalias sociais que vinham dos Países Socialistas e isso também favorecia os trabalhadores nos países capitalistas toda a correlação de forças ajudava. Enquanto existiu o campo socialista não havia guerras na Europa, porque era impensável, o mundo estava mais seguro, em todos os campos o equilíbrio dos dois sistemas na sociedade era vantajoso para os povos, porque o capital com a ganância do lucro destruí tudo e todos para conseguir os seus fins até um dia se destrói a ele mesmo, porque criou forças opostas que o vão destruir, o capitalismo é coveiro de si próprio, e isto preconiza a evolução da sociedade humana, é a luta do novo contra o velho. A luta aliada de milhões de revolucionários progressistas nos países, para levar a sociedade avante pela liberdade. Pelo pão e pela paz pelo progresso, a luta contra a poluição e intoxicação atmosférica no planeta, por causa da ganância do lucro nesta maldita sociedade de consumo.
Com este recuo civilizacional que estamos a viver, são cada vez mais necessárias organizações progressistas, para levar o capitalismo global a recuar, porque o seu avanço é perigoso, na Europa o desenvolvimento de organizações de extrema-direita de cariz fascizante e mesmo fascistas são um perigo real. Quando a democracia diminui concretizada pela burguesia neoliberal e a sociedade entra em conflito aparece logo a ideia do rigor com mão de ferro tipo pessoa forte, e conseguem ganhar muita gente desprevenida para esta causa, o fascismo sempre apareceu, em fases iniciais com desenfreada demagogia populista como dando uma (falsa) voz, nacionalista e racista.
Estamos a falar de fascismo, daí todos os cuidados serem poucos.
Porquê?
Porque é a forma mais violenta de organização de Estado e da sociedade a que o grande capital e a burguesia podem recorrer para imporem os seus interesses. Porque quando historicamente surge não se anuncia como tal, antes recorre a vários disfarces e conta com a desatenção ou mesmo com uma cumplicidade passiva por parte de sectores do capital e da burguesia que não sendo propriamente fascistas, gostam de jogar também com essa carta escondida atrás das costas.



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