quarta-feira, 23 de junho de 2010

Confundir…para reinar


Que Alpiarça e muitos outros concelhos com idênticas características, atravessa um prolongado período de estagnação, não é propriamente uma novidade. O que é novo são os disparates que se dizem por aí a propósito de um assunto muito sério.
E esses disparates têm um objectivo: Associar a gestão da CDU, que leva apenas meia dúzia de meses, à situação preocupante em que se encontra o nosso concelho.
Preocupante, porque os números do desemprego não param de aumentar.
Porque a nossa terra tem um pequeníssimo e débil aparelho produtivo.
Porque o número de famílias ligadas á agricultura, diminui de ano para ano.
Porque Alpiarça, à semelhança de quase todos os concelhos do interior, não consegue fixar os jovens na terra, o que provoca um acentuado envelhecimento da sua população.
Porque, resultado de opções políticas do poder central, as micro, pequenas e médias empresas e estabelecimentos comerciais atravessam um período de profunda agonia.
Porque um concelho que não tenha acessibilidades em condições (bem falta faz o IP3), tem muito maiores dificuldades em atrair investimento.
Tudo isto resulta de políticas erradas que, ano após ano tem conduzido o país e o concelho a esta realidade.
Ignorar isto e transformar as dificuldades existentes em arma de arremesso quer para quem gere actualmente o município, quer para quem o geriu anteriormente, è coisa que não dignifica e è coisa pouco séria.
È verdade que as autarquias podem e devem ter um papel activo na resposta a estas dificuldades. A nossa concerteza que tudo fará para dar a contribuição que lhe cabe e, certamente estará disponível para acolher os contributos sérios e construtivos venham eles donde vierem.
E há muita coisa que pode ser feita para potenciar as mais valias de Alpiarça, quase todas elas monesprezadas ou ignoradas ao longo de anos.
Mas…vamos ao concreto: Se por hipótese a nossa CM resolvesse oferecer terrenos e demais incentivos para a fixação de empresas, alguém no seu perfeito juízo julgaria que viriam investidores ás carradas instalar-se em Alpiarça?
Então a realidade do país e da região não vai exactamente em sentido contrário?
O mercado da habitação está parado em todo o lado e em Alpiarça ainda está mais do que isso…
O que pode fazer um município com a dimensão e as condições de Alpiarça, para inverter esta situação?
Acresce a tudo isto que a nossa CM está na situação em que está e, para além disso, a nossa como todas as outras, estão a ser afectadas com as medidas de contenção aprovadas pelo PS com o apoio do PSD.
Num momento em que a nossa CM poderia ser um elemento que contribuísse para minorar os impactos negativos da grave situação social que vivemos, o que se verifica é que, como resultado da sua situação financeira, mas particularmente como resultado das medidas restritivas do governo, ela está, na prática impedida de completar ou de alargar o seu quadro de pessoal.
Esta realidade, a que todos os comentadores e agitadores de serviço fogem, prejudica por um lado a capacidade de resposta do município (falta muita gente nos quadros da CM, designadamente para trabalhos externos, como sejam obras, limpeza, etc.) e por outro, inviabiliza que a CM pudesse ter um papel ainda mais activo na satisfação das inúmeras necessidades de emprego com que se depara um número cada vez maior de Alpiarcenses.
Alpiarça anexada por Almeirim?
PS e PSD (pelo menos alguns dos seus principais dirigentes, segundo a comunicação social) estarão a procurar entender-se sobre a necessidade da redução do número de municípios.
Alpiarça veio á baila.
O que espanta é que surjam em coro, vozes de supostos alpiarcenses (agora com letra pequena…) a subscrever tamanha barbaridade!
Serão certamente os mesmos que também entendem que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha.
Não se brinque com coisas sérias!

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