sábado, 18 de dezembro de 2010

POLÍTICA LOCAL VISTA POR UM INTELECTUAL

JA tinha saudades das pérolas do intelectual cá do burgo. E mais uma vez não me desiludiu. Continua com uma imaginação incrível e com uma capacidade de análise surpreendente.

Refere que “Não existe dúvida alguma que foram os comunistas que fizeram quase tudo o que Alpiarça tem. Graças a eles temos um concelho que nos orgulha. Enquanto lá estiveram tudo fizeram para que Alpiarça tenha as condições e estruturas que tem actualmente. Reconheça-se isto como uma verdade que não pode ser desmentida! Mas também é verdade que depois de terem feito o que fizeram a CDU “estagnou no tempo” deixando assim de ter possibilidades de ir mais longe porque pouca coisa já havia para fazer.

Não posso estar mais de acordo. Só não concordo com a última frase, quando diz que os comunistas tanto fizeram por Alpiarça, que já pouca coisa havia para fazer. Há sempre mais coisas para fazer, por mais que se tenha feito. Mas enfim, tenho que respeitar a sua opinião e demonstrar o meu contentamento por ver que existem pessoas que ficaram de tal maneira satisfeitas com o desempenho da CDU que acham que depois deles nada mais poderá ser feito.
Passa depois à análise do desempenho do Partido Socialista. Começa por dizer que enveredaram por um caminho de aventura. Confesso que não percebo muito bem o que quer dizer com isto. Mas suponho que se refira como sendo uns grandes malucos, aventureiros, à procura de novas sensações. Eram de tal maneira ousados que omitiam acontecimentos e informações aos vereadores da oposição. E agora acrescento eu, eram de tal maneira arrojados que até perseguiam pessoas com processos em tribunal, faziam obras sem pagar, retiravam propaganda política ilegalmente, faziam negócios duvidosos envolvendo familiares, diziam que um vereador estava a meio tempo e passados uns anos lembraram-se que afinal tinha havido um lapso e que sempre tinha estado a tempo inteiro. De facto era uma animação. Mas não ficava por aqui. Alpiarça naquela altura era a metrópole do Ribatejo. Milhares de visitantes diariamente na nossa vila. Agências de viagens a venderem pacotes de férias para a vila de Alpiarça. Turistas de sandálias, calções e camisolas de cavas a passearem na nossa terra. Aliás a região de turismo do Algarve ressentiu-se bastante nessa altura.

Deve ter sido por isso que Rosa do Céu foi convidado para presidir a uma Região de turismo.

Dezenas de carros estacionados! deve ter sido esse o motivo para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo. Alpiarça já não comportava tantos automóveis e autocarros das excursões que diariamente inundavam esta pacata vila ribatejana.

O actual edifício da Câmara Municipal, que tantos turistas atraía e que é o ex-líbris da nossa terra.

Tudo isto só foi possível graças a uma pessoa. Esse grande homem, Rosa do Céu. Um homem com visão, ambicioso e que quer morrer de pé como as árvores. De tal maneira ambicioso e com visão, que conseguiu perceber a tempo a merda que tinha feito e saltar daqui para fora. E mais uma vez continuar com o seu espírito aventureiro, ocupando um cargo de forma ilegal. E como muito bem refere, este senhor quer sempre mais. E como tal, toca de acumular a sua reforma com mais um vencimento. Não há dúvidas de que este homem tem olhinho.

Por mais difícil que seja acreditar, é a mais pura das verdades. Tudo isto feito por um homem só. É de facto impressionante. Mas teve algumas pessoas a acompanhá-lo. Como se costuma dizer, por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. É aí que aparece Vanda Nunes. Aquela senhora que não se cansou de brindar os alpiarcenses com os mais diversos eventos. E que no espaço de um ano, tempo em que comandou os destinos de Alpiarça, conseguiu enterrar ainda mais a nossa terra. Perante tal demonstração de capacidade de trabalho teria que ser recompensada. Vai daí, toca de lhe oferecer um cargo como Vice-Presidente de um organismo estatal a CCDRLVT. Muito bem!

Depois de tudo isto, toca de mostrar como se faz. Um presidente de Câmara que tiver medo ou não seja aventureiro, o melhor é pôr-se a andar. Há que arriscar, pouco se importando se a autarquia a que preside ande sufocada com falta de dinheiro. Contas para pagar não são problema. Guardam-se na gaveta. 13 milhões de dívidas - qual é o problema? O que interessa não é honrar os seus compromissos. O importante é deixar obra feita. Custe o que custar. E se não percebe isso e tem a mania que é honesto, é parvo. Logo, não dá para presidente de uma Câmara Municipal. Nem para fazer parte de um qualquer governo do Partido Socialista. Nem para um cargo num qualquer organismo do Estado. Temos que estar ao lado do capitalismo. Porque só assim garantirá que quando não está no poder, consegue um tacho em empresas como o BCP, a EDP, a PT, a Mota-Engil, etc, etc…

Termina a sua reflexão, voltando à CDU. Falando nas realizações deste 1º ano de mandato. Que no seu entender não são obra feita. Mas acrescenta que “na verdade para quem não tem dinheiro…é mesmo obra feita”. E mais uma vez reitera a ideia acima exposta. Se o Executivo pensa cumprir o seu mandato de uma forma honesta, tentando pagar às pessoas que trabalharam e que não receberam pelo seu trabalho, tentando equilibrar a situação financeira da Autarquia, então o melhor é chispar-se daqui para fora. O que JA quer é aldrabões que façam milagres. Aquele milagre de tudo comprar e nada pagar. Que consigam fazer obra sem pagar, que não sejam responsabilizados, e que sejam recompensados por isso.

Bem, cheguei ao fim extasiado com as histórias do JA.

Porra, com tanta imaginação e criatividade e nenhuma editora pega neste artista?



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