terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Os batedores

Por José Casanova

São muitos, exibem cada vez mais descaradamente a sua vocação fascistóide e ocupam cada vez mais espaço e mais tempo nos média dominantes.
Integrando a legião que leva por diante a operação de branqueamento ou negação do fascismo, desempenham o papel de batedores, com a função provocatória de atirar o barro à parede a ver se pega.
Um deles, de seu nome António Ribeiro Ferreira, actua noCorreio da Manhã, onde dispõe de uma coluna que baptizou com o nome do pasquim que foi, durante anos, o órgão oficial do salazarismo: Diário da Manhã.
A inspiração que o levou à escolha de tal título manifesta-se com igual evidência no conteúdo dos textos que ali verte regularmente, disparando ódio e raiva contra tudo o que lhe cheire a Abril, a democracia, a liberdade, a direitos dos trabalhadores e dos cidadãos, a lutas - e a verdade é que quase tudo lhe cheira a isso…
As lutas, então, põem-no fora de si: se Ferreira pudesse varria tudo à bordoada e a tiro – e os que sobrassem, prisão com eles.
Há duas semanas, a propósito da manifestação contra a cimeira da NATO e contra a presença em Portugal dessa organização terrorista, Ferreira, no seu Diário da Manhã,chamava aos manifestantes «criminosos» e exigia que fossem tratados «à pancada. Forte e feia».
Agora, a pretexto da greve dos controladores aéreos espanhóis, deu um gigantesco passo em frente na exposição pública do seu sonho de um Portugal fascista.
Aplaudindo com entusiasmo as medidas repressivas do governo espanhol, considerou que assim é que é, porrada nos gajos, prisão com os gajos – e lamentou que, por cá, «não se vislumbre por aí ninguém capaz de chamar uns coronéis para acabar com esta imensa e triste choldra democrática»
Está visto: Ferreira tem saudades do Diário da Manhã, de Salazar, do fascismo… e, no Portugal dos seus sonhos, imagina-se já a assinar o compromisso de honra fascista na tomada de posse do cargo de director da PIDE, ou coisa assim...
Ferreira é um Silva Pais serôdio, um Silva Caldeira à espera de vez, um torcionário não realizado, um torturador frustrado.
Mas é, acima de tudo, um resíduo sólido à espera do inexorável destino.

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