terça-feira, 13 de março de 2012

+ De 6 mil mortes em duas semanas de Fevereiro


Um manto de silêncio abate sobre a notícia, vindo a público, de fonte fidedigna, Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge, dando conta que nas semanas de 13 a 26 de Fevereiro morreram 6110 pessoas, sendo a sua maioria, pessoas idosas.

As autoridades da Saúde devem aos portugueses uma explicação cabal deste surto epidemiológico grave!

Não são aceitáveis ou permitidas justificações que se escondem por trás de prováveis mutações de vírus ou da conjugação de factores de casualidade do frio associado à disseminação de agentes infecciosos respiratórios.

As interrogações são múltiplas e necessitam um esclarecimento cabal.

Qual o estado da vacinação contra os agentes da gripe (gripe A e outros subtipos) em Portugal e em especial no grupo de risco – população idosa?

Qual a prevalência de doenças crónicas associadas (diabetes, doença pulmonar crónica e doenças cardiovasculares) nas pessoas idosas que morreram?

Qual a percentagem de pessoas idosas que morreram longe de centros de saúde aos quais só podiam recorrer caso pagassem os transportes!

Quantas pessoas foram vítimas do menor ou dificultado acesso aos cuidados de saúde como consequência do aumento brutal das taxas moderadoras e dos elevados custos dos medicamentos?

Quantas pessoas idosas que morreram auferiam pensões mínimas, muitas sem amparo de outrem, isoladas e com dificuldades acrescidas para fazer frente ao aumento do custo de vida?

Naturalmente muitas destas perguntas não terão resposta porque sabemos do estado de desagregação em que funcionam os serviços de saúde, consequência de saída de profissionais de saúde e dos cortes orçamentais impostos pelo actual Governo.

Deduzimos, sem muito esforço, que a maioria (cerca de 75%) destas pessoas que morreram são idosas de rendimentos baixos (com pensões inferiores a 300 euros), vivendo em habitações degradadas sem aquecimento, e desprovidas de qualquer protecção ou vigilância social.

É esta realidade que o poder procura esconder e fazer crer que este surto epidemiológico foi uma fatalidade, quando, esta situação resulta das consequências gravosas das medidas do Pacto de Agressão da Troika, com os cortes orçamentais impostos nas áreas da Segurança Social e na Saúde. Neste último caso, o Serviço Nacional de Saúde está em risco de degradação e este Governo aposta na sua destruição.

Contra esta tentativa de escamotear a realidade que a Direcção da Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos exige e reclama uma resposta deste Governo aos portugueses.

A pobreza, a fome e a exclusão social são factores que se agravam com a política deste Governo e contra a qual temos de lutar se queremos prevenir novas vítimas.

A DIRECÇÃO DO MURPI - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE REFORMADOS PENSIONISTAS E IDOSOS















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