A Comissão Unitária de Mulheres em colaboração com a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Alpiarça, promoveu este ano, mais uma vez, as comemorações do dia 8 de Março no concelho.
Distribuição de flores e de um poema, espectáculo de teatro, caminhada e animação no centro da vila, foram algumas das iniciativas realizadas.
No espectáculo de teatro realizado na música, Inês Aguiar leu uma intervenção em nome da Comissão Unitária de Mulheres de Alpiarça:
Numa organização conjunta da CM
Alpiarça, Comissão Unitária de Mulheres e com o apoio da JF Alpiarça, aqui
estamos para dar continuidade às comemorações do dia internacional da mulher, as
quais tiveram início no passado dia 8 de Março, com entrega de flores a todas
as mulheres, seguida de uma caminhada realizada esta tarde.
A convite do grupo organizador, estou
hoje aqui para relembrar a importância deste dia.
Mas, será que faz sentido continuar a
comemorar este dia? Obviamente que sim.
Hoje mais do que nunca, a luta das
mulheres, a nossa luta não pode ser esquecida, tem que ser reforçada.
Ao longo das últimas décadas, com a
constante luta das mulheres, pela igualdade de direitos, pela nossa
emancipação, assistimos à assumpção de novas responsabilidades.
A mulher actual assume um papel activo:
- no plano profissional, social e
cultural – somos cada vez mais a estudar, a trabalhar, a investir numa
carreira, a ocupar lugares de destaque na sociedade.
- no plano familiar – continuamos a
assumir as responsabilidades com a gestão da casa, a educação dos filhos, enfim
continuamos a ser o pilar das famílias.
No entanto este progresso, em termos de
afirmação do papel da mulher, não significou, necessariamente, uma igualdade de
direitos. Se por um lado, esses direitos estão legalmente consagrados, por
outro a realidade é bem diferente. A mentalidade vigente na sociedade actual
não acompanhou esses princípios de igualdade.
Na actual conjuntura, com a
austeridade, a recessão económica e o desemprego, que atinge a população em
geral, nós as mulheres acabamos por ser as mais penalizadas.
Acentuam-se as diferenças entre homens
e mulheres, senão vejamos:
- o desemprego feminino atinge em sentido lato 21,8%
- a precariedade dos vínculos laborais entre as mulheres agrava-se 24,5%
- as diferenças salariais entre mulheres e homens chegam a ultrapassar os 30%
Mas outros problemas se levantam:
- aumento dos casos de violência doméstica, que incidem na maioria dos casos sobre as mulheres;
- Violações dos direitos de maternidade;
- dificuldades de articulação entre a vida familiar e profissional.
Assim, nas comemorações do dia
internacional da mulher de 2012, reafirmo aqui a importância deste dia e do seu
significado. Porque ele simboliza a nossa luta, constante, para o reconhecimento
da relevância do nosso papel na sociedade, pela nossa capacidade de trabalho,
de dádiva, de generosidade, de dedicação e sobretudo de grande força e coragem.
Poema de José Carlos Ary dos Santos – “À
Mulher”
A mulher não é só casa
Mulher-loiça, mulher-cama
Ela é também mulher-asa,
Mulher-força, mulher-chama
E é preciso dizer
Dessa antiga condição
A mulher soube trazer
A cabeça e o coração
Trouxe a fábrica ao seu lar
E ordenado à cozinha
E impôs a trabalhar
A razão que sempre tinha
Trabalho não só de parto
Mas também de construção
Para um filho crescer farto
Para um filho crescer são
A posse vai-se acabar
No tempo da liberdade
O que importa é saber estar
Juntos em pé de igualdade
Desde que as coisas se tornem
Naquilo que a gente quer
É igual dizer meu homem
Ou dizer minha mulher.
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