segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Imperialistas reforçam presença militar no Golfo Pérsico

Ameaça contra o Irão avoluma-se
EUA, Grã-Bretanha e França reforçaram, durante o fim-de-semana, a sua presença militar junto ao Irão, país ameaçado por se recusar submeter à dominação imperialista.
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No espaço de pouco mais de 48 horas, fontes militares citadas pela ANSA informaram que as potências imperialistas deslocaram contingentes navais consideráveis para a costa marítima iraniana. A Grã-Bretanha enviou o contratorpedeiro HMS Daring, armado com a mais recente tecnologia antimíssil. A nova coqueluche da marinha britânica efectuou mesmo a sua viagem inaugural e deverá chegar sensivelmente ao mesmo tempo que o porta-aviões francês Charles de Gaulle.

Já os norte-americanos, não apenas mantêm ao largo do Mar de Omã a actividade da poderosa V Frota, habitualmente sediada no aliado Bahrain, como colocaram em marcha a missão Global Hawk.
O objectivo – para o qual foi mobilizado um avião espião de grande porte, que opera, pela primeira vez, que se saiba, a partir de um porta-aviões – , é «monitorizar o tráfego marítimo da costa iraniana e do Estreito de Ormuz», admitiram, segunda-feira, fontes militares de Washington.
Em causa está precisamente o controlo daquele importante entreposto comercial mundial. Pelo Estreito de Ormuz passa cerca de 40 por cento de todo o petróleo transaccionado.
O governo iraniano tem afirmado, desde o final do ano passado, que encerrará o Estreito caso as potências do eixo Atlântico decidam avançar para novas sanções. Estas responderam imediatamente que não tolerarão tal iniciativa, e, acto contínuo, recrudesceram o cerco militar apostando numa perigosa demonstração de força visando submeter o Irão.
EUA e UE ameaçaram recentemente o regime de Teerão com um corte total na compra de petróleo caso a nação persa não interrompa o seu programa nuclear. O hipotético encerramento do Estreito é a resposta do Irão a esta ameaça.


Campanha, silenciamento e luta


Relativamente à questão nuclear, o Irão insiste que o seu programa de enriquecimento de urânio tem fins exclusivamente pacíficos e apela ao estabelecimento de um diálogo directo capaz de esclarecer dúvidas. Não obstante, nos últimos dias, aproveitando o facto de os iranianos terem iniciado o enriquecimento de urânio na central de Fordow foi amplificada, a alegada ameaça que EUA, Israel e potências europeias dizem que tal representa.
Menos eco tiveram as declarações do representante do Irão junto da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Ali Soltanieh, segundo a ANSA, reiterou que as actividades de enriquecimento de urânio em Fordow e Natanz são vigiadas pelas AIEA «há mais de dois anos», por isso qualificou o alarme ocidental de «exagerado» e «motivado politicamente».
O enriquecimento de urânio serve para alimentar centrais de produção de energia eléctrica e para o reactor de investigação de Teerão, explicou ainda Soltanieh. Este último, aduziu, é usado para fins médicos, tais como tratamentos oncológicos.
No quadro da campanha mediática contra o Irão, cabe ainda lembrar que, no passado mês de Dezembro, os britânicos interromperam as emissões da Press TV a partir de Londres. A cobertura noticiosa da estação parece ser ameaçadora para os imperialistas, tal como era para a NATO o trabalho do canal de televisão estatal da Líbia.
O balanço dos acontecimentos no país norte-africano deve mobilizar os defensores da paz, para que não se repita hoje, contra o Irão, uma agressão imperialista semelhante à lançada no ano passado contra o povo líbio.
Em Junho, os Emirados Árabes Unidos, aliado canino do imperialismo, terão pronto a operar um oleoduto que, dizem, permite contornar o Estreito de Ormuz.
Se tal acontecer, o Irão pode vir a perder a cartada da soberania sobre uma área por onde passa 40 por cento do petróleo mundial. A hipotética perda de importância estratégica do Estreito de Ormuz pode animar o imperialismo, que, mergulhado numa crise que obriga à depredação voraz de cada vez mais recursos, não deixará de considerar viável para os seus interesses lançar-se numa nova aventura bélica.
Cabe aos povos atalhar o passo à barbárie de consequências imprevisíveis para a humanidade.

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