sábado, 27 de abril de 2013

E em Alpiarça isto seria possivel?

Saudação aprovada por unanimidade
 na Assembleia Municipal de Benavente
Neste ano de 2013, realizam-se as comemorações do centenário de Álvaro Cunhal.

Álvaro Barreirinhas Cunhal, nasceu na freguesia da Sé, em Coimbra.

Com onze anos de idade, muda-se para Lisboa com a família, onde faz os seus estudos secundários, no Pedro Nunes e mais tarde no liceu Camões.

Em 1931, com dezassete anos ingressa na Faculdade de Direito de Lisboa. Neste mesmo ano filia-se no PCP e inicia intensa actividade política.


Em 1934 é eleito representante dos estudantes de Lisboa no Senado Universitário.

Em 1936 entra para o comité central do PCP e combate cinco meses no início da guerra civil de Espanha, pela causa republicana e pelo socialismo, integrado nas brigadas internacionalistas.

Em Junho de 1937 é preso pela primeira vez e é levado para o Aljube e posteriormente transferido para o forte de Peniche. É libertado um ano depois.

Ao longo da década de 30, Cunhal foi colaborador de vários jornais e revistas, entre os quais, “O Diabo”, “Seara Nova”, Sol Nascente” e “Vértice”.

Em Maio de 1940 é novamente preso e faz o exame final na Faculdade de Direito de Lisboa, sob escolta policial. Apresenta uma tese sobre a realidade social do aborto, perante um júri composto por figuras do regime salazarista, que incluía entre outros, Marcelo Caetano. A sua classificação final foi de 16 valores.

Em Dezembro de 1941, após breve actividade docente como regente de estudos no Colégio Moderno, entra de novo na clandestinidade.

A 25 de Março de 1949, Álvaro Cunhal é preso pela terceira vez, no Luso. O seu julgamento ocorreu um ano depois. Neste julgamento Cunhal proferiu a famosa frase, em que se afirmava “filho adoptivo do proletariado” e dirigiu um forte ataque político ao regime salazarista, afirmando que “um dia os réus serão vocês”.

Foi condenado e preso na Penitenciária de Lisboa, sendo transferido para forte de Peniche em 1958.

Em 1953 desenvolve-se um grande movimento internacional de solidariedade pela sua libertação que teve a participação de milhares de intelectuais e artistas estrangeiros, onde figuravam em destaque os nomes de Jorge Amado e Pablo Neruda.

Dos onze anos em que esteve preso, foi mantido incomunicável durante catorze meses e passou oito anos em total isolamento.

Em Janeiro de 1960, dá-se a famosa evasão do Forte de Peniche e Cunhal permanece dois anos em Portugal, na clandestinidade.

Em 1961 é eleito secretário-geral do PCP.

No estrangeiro, vive em Moscovo e depois em Paris onde permanece clandestino durante oito anos.

É de Paris que regressa a Portugal, a 30 de Abril de 1974.

É ministro de estado dos governos provisórios em 1974 e 1975. É eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975.

Foi deputado à Assembleia da Republica até 1992, altura em que se afasta por vontade própria do cargo de secretário-geral do PCP.

Durante dez anos consecutivos (1982 a 1992) é membro do Conselho de Estado.

Contudo, falar de Álvaro Cunhal, cuja vida se confunde com a resistência e a luta contra os 48 anos da ditadura fascista, é não só referir a sua obra mas também e sobretudo reflectir sobre o seu pensamento e a sua acção quotidiana.

Para Álvaro Cunhal “a exploração e a opressão do capitalismo, traduzem-se na moral da burguesia dominante, pelo egoísmo, o individualismo feroz, a capacidade de desprezo pelos outros, o predomínio das ambições pessoais, o abuso do poder, o arbítrio da decisão, a hipocrisia, a fraude e a corrupção.”

Esteta, escritor e artista plástico de elevada craveira Cunhal escreveu, sob o pseudónimo de Manuel Tiago, entre outros livros, duas obras que foram adaptadas ao cinema, “cinco dias cinco noites” e “até amanhã camaradas”, filmes realizados respectivamente por José Fonseca e Costa e Joaquim Leitão.

Álvaro Cunhal faleceu a 13 de Junho de 2005, mas o seu exemplo permanece. O funeral, acompanhado por centenas de milhares de portugueses, foi uma gigantesca manifestação de pesar e reconhecimento pelas qualidades e coerência de um homem simples e culto que um dia decidiu enfrentar a tirania, a opressão, o obscurantismo e as injustiças sociais.

Nesta conformidade a Assembleia Municipal de Benavente reunida nos Paços do Município, em sessão ordinária, no dia 26 de Abril de 2013, saúda o centenário do nascimento de um dos maiores vultos do século XX e da nossa história, Álvaro Barreirinhas Cunhal.

Benavente, 26 de Abril de 2013
Os eleitos da CDU

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