quarta-feira, 21 de setembro de 2011

INAUGURAÇÃO DO CENTRO ESCOLAR PROF ABEL AVELINO - Intervenção do Presidente da Câmara de Alpiarça



Foi com muita honra que, convosco, acabei de inaugurar o novo centro escolar – a Escola Básica do 1º Ciclo – Professor Abel Avelino.
É um equipamento escolar de qualidade, moderno, que valoriza Alpiarça, e que será elemento preponderante, por muitos anos, na educação e qualificação para a vida das crianças do nosso concelho.
Materializa um investimento global de 1.200.000 euros candidatado a financiamento comunitário do Quadro de Referência Estratégica Nacional, através do Programa Operacional do Alentejo, no âmbito das verbas da contratualização da CIMLT.
Com a obra que decorre na Casa dos Patudos – 2.500.000 euros –, cuja 1ª fase se encontra também já concluída, esgota o montante total das verbas disponíveis à autarquia por via da repartição acordada entre os municípios da Lezíria.
A execução destes investimentos – prioridade desde o primeiro momento assumida – tem absorvido quase totalmente os nossos escassos recursos financeiros, em claro detrimento de outras eventuais opções e necessidades sentidas pela nossa população. Tem sido um imenso esforço de tesouraria; mas é esse esforço que nos tem permitido aproveitar os fundos comunitários disponíveis e garantir a 4ª mais alta taxa de execução entre os 11 municípios da CIMLT, num registo significativamente superior às médias da região e do País.
Este novo estabelecimento de ensino é peça central numa aposta estratégica na educação por parte deste executivo municipal, cumprindo assim os compromissos anteriormente assumidos com a nossa população.
Ao longo deste ano, Alpiarça assistiu ao maior investimento de sempre na área da educação, da responsabilidade da administração local.

Para além da obra que hoje inauguramos, para além do funcionamento regular dos serviços que decorrem das competências transferidas e que nem sempre são compensados com as devidas transferências financeiras por parte da administração central, o Município realizou, com recurso a meios próprios, um vasto conjunto de intervenções de reabilitação de edifícios e estabelecimentos de ensino e procedeu à aquisição de equipamentos de apoio à actividade educativa. Desse trabalho, importa destacar:
. a requalificação da Escola EB1/JI de Alpiarça, com a pavimentação de vastas áreas do recinto, remodelação do ginásio, cozinha e refeitório, reconversão das instalações sanitárias e das salas a ocupar pelas crianças do ensino Pré-Escolar e pintura geral dos edifícios;
. a aquisição e colocação de Quadros Interactivos e equipamento informático de suporte ao funcionamento em todas as salas de aula das escolas do 1º ciclo do concelho;
. a pintura geral (interior e exterior) e arranjos de elementos de estrutura da Escola EB1/JI do Frade de Baixo;
. a remodelação profunda e pintura geral do edifício do antigo ginásio da Escola EB2,3/S de José Relvas, de forma a que aí possam funcionar, já este ano lectivo, as salas de apoio às crianças do ensino estruturado e especializado, bem como as obras de melhoramento e reequipamento do bar e a substituição de janelas e estores nos diversos blocos.









Despidos de quaisquer preconceitos, os factos demonstram que, num quadro de grandes dificuldades – que decorrem da situação recessiva do País e é comum à generalidade das autarquias portuguesas – o Município de Alpiarça tem conseguido corresponder positivamente às inúmeras solicitações, tanto nesta como em outras áreas da sua intervenção.
Julgo não ser novidade para ninguém que a actividade autárquica no nosso País tem sido fortemente condicionada por sucessivos cortes, ilegítimos, nas transferências a partir do OE, ou seja, nas verbas a que os municípios têm direito na sua participação nos impostos arrecadados pelo Estado, definidas na Lei das Finanças Locais – lei que o próprio Estado não tem cumprido nos últimos anos e que, por via da intervenção do FMI e do BCE em Portugal, se prevê que continue a não cumprir, em prejuízo das populações.
Caros convidados,
É oportuna esta ocasião para afirmar uma realidade que julgo ser incontestável, e cuja verificação é desejável – é necessária – ao sucesso deste empreendimento colectivo que é a educação das nossas crianças e jovens: refiro-me ao ambiente de bom relacionamento que se verifica entre os vários elementos institucionais que compõem o núcleo essencial da comunidade educativa alpiarcense.
Lembro aqui que nem sempre assim foi num passado recente.
Dissemos, em devido tempo, que era urgente eliminar a excessiva crispação política e social que se registou em Alpiarça, dando expressão a uma visão da intervenção municipal centrada na prossecução do interesse colectivo, entendido como a referência fundamental para o nosso trabalho e para a nossa relação com a comunidade;
Tornámos essa premissa num facto prático ao assumir a gestão da autarquia.
É um objectivo que estamos a cumprir em toda a linha, na recuperação da confiança de pessoas e entidades cuja relação com a autarquia se encontrava deteriorada:
Em especial junto das colectividades e do movimento associativo do concelho, a vários níveis, entre os quais se situa o da própria intervenção comum no processo educativo local através do Conselho Geral do Agrupamento;

Mas também junto da comunidade educativa, procurando estabelecer formas de colaboração que respondam rápida e eficazmente com soluções para problemas que são de todos, entre o Agrupamento de Escolas, a Associação de Pais e Encarregados de Educação e o Município de Alpiarça, superando divergências pontuais, no respeito pela autonomia no âmbito de intervenção própria de cada uma das instituições.
Estou certo de que existe nestes parceiros a consciência do esforço realizado pela autarquia, bem como da extensão das contingências e limitações que têm enquadrado a nossa acção.
Caros convidados,
Não é fácil, numa intervenção formal, como esta pretende ser, encontrar a devida objectividade para nos referirmos a alguém que muito admiramos, e que, de certa forma, contribuiu para a formação da nossa personalidade e carácter, adicionando conhecimento, e com quem nos relacionámos com amizade ao longo dos anos.
É o que se passa relativamente à pessoa, à personalidade que ficará associada à abertura e ao funcionamento futuro desta Escola. Procurarei, então, a objectividade possível.
Foi unanimemente que a CMA deliberou escolher o nome do Professor Abel Avelino para patrono desta nova Escola.
Foi uma decisão unânime e natural; não que fossem inexistentes outras possibilidades entre os muitos docentes que ao longo dos tempos contribuíram para a formação escolar de sucessivas gerações de alpiarcenses;
Foi uma escolha consensual porque o nome do Professor Abel se destaca e se impõe com naturalidade pelo que representa para os alpiarcenses, pela imagem do pedagogo metódico, que, com rigor, transmitia o conhecimento, impunha uma disciplina aparentemente rígida mas sempre serena, porque temperada com fina ironia e estratégicas tiradas de humor, ganhando a atenção e o afecto.
Certamente que a família aqui presente – D. Lurdes; Carminho, Licínia, Zé Luís, Zé Raul – me permitirá que afirme que Abel Avelino foi um homem de sorte;
Um homem a quem coube a fortuna de ter vivido em pleno a sua família e a realização profissional, de ter dado sentido e dimensão à vida com o interesse por um conjunto de actividades diversificadas, das quais nunca prescindiu e que o enriqueceram como pessoa;
Um homem com sorte por, tendo nascido em Alpiarça e cá ter sempre vivido e leccionado, ter tido a possibilidade de sentir o constante e geral reconhecimento dos amigos, colegas e funcionários da Escola, dos seus conterrâneos e das muitas centenas dos que foram seus alunos – reconhecimento feito de autenticidade, de respeito e afabilidade genuína.
Fica esta Escola, portanto, com um nome apropriado para sua designação, digno da nobre missão que encerra, e que, justamente irá perpetuar a profunda ligação entre este ilustre alpiarcense e a sua maior causa de sempre: ensinar.
Caros convidados,
Não irei terminar sem lembrar os que, no terreno, edificaram esta obra. Aqui fica, pois, uma saudação especial:
. ao empreiteiro da obra – a firma JMSF – e aos seus trabalhadores;
. ao corpo técnico da autarquia, que acompanhou alguns aspectos da concepção e do seu desenvolvimento;
. aos trabalhadores do Município e da Freguesia, que nas últimas semanas foram incansáveis nos arranjos exteriores e na limpeza;
. aos membros do executivo municipal e do gabinete de apoio, que, nesta fase final da obra, muito de si deram para que pudéssemos estar aqui hoje a iniciar um novo ano lectivo, garantindo as melhores condições de funcionamento das nossas escolas.
Para terminar,
A todos os que, de alguma forma, irão beneficiar do investimento concretizado nesta nova Escola, desejo que este seja o primeiro dia do resto de muitas vidas felizes e valorizadas pelo estudo e pelo conhecimento.

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