O governo de Ângela Merkel levou três anos para
constatar o que o Instituto Alemão para a Investigação Económica (1) já tinha constatado em 2009: que a divisão da sociedade em ricos e pobres
atingira uma dimensão nunca vista. Como provam as estatísticas, trata-se de uma
evolução que se acelerou a partir do governo SPD/Verdes (dirigido pelo
chanceler social-democrata Schröder) e da sua Agenda 2010, que continuou a
agravar-se com o governo de coligação CDU/CSU e SPD (chefiado por Ângela
Merkel) e com o actual governo CDU/CSU-Liberais. Em 1998, os 10% mais ricos já
detinham 45% de toda a riqueza; em 2003, subiu para 49%; em 2008 passou para
53%; e, em 2012, atinge já 55%.
Interessante é verificar como a grande burguesia alemã
concentra entre si a riqueza acumulada. 1% dos mais ricos apoderou-se já de 35%
de toda a riqueza privada do país, enquanto as 20 mil famílias mais abastadas
(um milésimo da população) possuem 22,5% (quase ¼ da riqueza), numa população
de 82 milhões de habitantes. Entre 1992 e 2012, a riqueza do Estado, em bens e
dinheiro, sofreu uma quebra de 800 000 milhões de euros, enquanto as fortunas e
a riqueza privada passou de 4,4 para 10 biliões. Segundo o relatório da
sociedade de investimento do Lichtenstein Valluga, em 2010 havia na Alemanha
830 mil milionários (1% da população), os quais já nessa altura tinham nos
bancos nacionais e estrangeiros 2,2 biliões de euros. Estes milionários detêm
44 a 45% de toda a riqueza em dinherio existente na Alemanha. E é este sector
minoritário, que as elites federalistas e submissas da UE designam por «os
mercados» na tentativa de esconderem ao serviço de quem governam, que se
regozija com as políticas de austeridade para
o povo e com o saque dos bens do Estado. E que, apesar
da crise, tem vindo a enriquecer incessantemente.
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