Francisco Presúncia Bonifácio, mais conhecido por Chico
Galiza, nasceu em Alpiarça em 1928. Com apenas 4 anos fica órfão de mãe. Apesar
do óptimo aproveitamento escolar, o seu futuro já estava traçado – trabalhar no
campo, concluída a quarta classe.
Com pouco mais de dez anos, inicia-se na faina do campo a
plantar arroz, enterrado em água e lama quase até à cintura. Logo a seguir,
entre homens, vai vender a força dos seus braços para a praça de jornas. À
frente de mulas é a etapa seguinte.
Também cedo se consciencializa das profundas injustiças
sociais de que os trabalhadores do campo eram vítimas.
Com 13 anos já lia o Avante!
que, de quando em vez, apanhava no chão de uma rua de Alpiarça. Aos 18 anos
ingressa no MUDJ.
Em 1959, com 31 anos, membro do Comité Local de Alpiarça do
PCP, perante uma vaga de prisões e para não ser preso, toma a decisão de, com
Manuel Colhe, partir para a luta clandestina.
Daí até 1974 foi um foragido no seu próprio país. Foram 16
anos, 15 dos quais com a sua companheira Manuela, que desempenharia também um
papel primordial nas tarefas partidárias e 13, com a filha Noémia.
Em 1968, a Chico e a Manuela são-lhe atribuídas umas das mais
importantes funções que desempenhariam – arranjarem instalações para o paiol da
Acção Revolucionária Armada (ARA) e serem depois os seus guardiões.
Teve 7 identidades e viveu em 15 localidades do Douro, do
Ribatejo e do Oeste e da região de Lisboa. Desempenhou com sucesso todas as
suas missões, nunca tendo caído nas garras do aparelho repressivo fascista.
Em 2010, em reconhecimento pelo seu percurso de vida em prol
da Liberdade, da Democracia e por uma sociedade mais justa, a Assembleia
Municipal de Alpiarça atribuiu-lhe a Medalha da Liberdade.
O que Chico Galiza conta neste livro aconteceu. A luta de Homens de carácter por causas. E quando assim
é, vale sempre a pena.
Ricardo Hipólito
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